30 de Abril de
1945 – No sólido bunker de 30 divisões, sob a Chancelaria do Reich, escuro e
húmido, com falhas frequentes de energia eléctrica causadas pelo incessante
bombardeamento dos canhões russos, encontravam-se cerca de 20 pessoas, entre as
quais duas das mais sinistras figuras do Terceiro Reich: Martin Bormann, o 2º
homem mais poderoso do regime e Joseph Goebbels, o ministro nazi da Propaganda,
que ali se tinha refugiado juntamente com a esposa Martha e os seus seis
filhos. Aguardavam a morte do seu chefe, Adolf Hitler que se tinha retirado por
volta das 15 horas da tarde para a sua sala de estar, acompanhado pela esposa
Eva Braun, com quem tinha casado dois dias antes.
Hitler sabia que
no dia 28, em Itália, Benito Mussolini, seu amigo e aliado, tinha sido
executado pelos guerrilheiros italianos, juntamente com a sua amante, Clara
Petacci, e pendurado pelos calcanhares, numa praça de Milão. Acabara também de
saber que o seu mais fiel tenente, Heinrich Himmler, o tinha atraiçoado,
tentando negociar uma rendição através da neutral Suíça.
Fora do bunker,
100.000 soldados russos iam ocupando Berlim, rua a rua, lutando contra os
defensores alemães, na sua maioria velhos e jovens com menos de 16 anos.
Estaline ordenara aos seus generais para tomarem a cidade a todo o custo antes
do dia 1 de Maio, para que a sua queda pudesse ser anunciada na parada do 1º de
Maio, em Moscovo.
Consciente de
que tudo estava perdido, resolvera suicidar-se.
Nomeou o
almirante Karl Dönitz como seu sucessor, ditou o seu testamento e últimas
vontades à secretária Traudl Jung, enviou a ordem de prisão e execução de
Himmler, convocou os últimos apoiantes que lhe restavam e despediu-se deles com
um aperto de mão. Para se certificar da eficácia do veneno contido nas cápsulas
de cianeto mandou dar uma à sua cadela pastor alemão Blondie, pelo que esta foi
a primeira a morrer.
Acompanhado de
Eva, retirou-se então para a sala de estar, na parte mais baixa do bunker, onde
duas pistolas carregadas e duas cápsulas de cianeto os esperavam. Cerca de uma
hora depois, o major das SS Heinz Linge, valete de Hitler, acompanhado por Bormann,
Goebbels e dois generais abriram a porta da sala e encontraram o ditador caído
numa poltrona com uma bala na têmpora direita e a mulher morta pela acção do
veneno. Os seus corpos foram depois regados com petróleo e queimados no jardim
da Chancelaria, dentro de uma cratera aberta pelas bombas soviéticas, sendo-lhes
prestadas as derradeiras honras com a saudação nazista.
Joseph e Martha Goebbels
deram cápsulas de veneno aos seus filhos, suicidando-se a seguir
As tropas do Exército Vermelho chegaram ao jardim da
Chancelaria aproximadamente às 23:00, cerca de 7 horas e 30 minutos após a
morte de Hitler. A 2 de Maio de 1945 restos de Hitler, Braun e dois cães (pensa-se ser Blondi
e sua prole Wulf) foram descobertos numa cratera por Ivan Churakov, de uma
unidade da SMERSH que recebera ordens de Stalin para encontrar o corpo de
Hitler.
Mesmo após a
autópsia que (ao contrário dos relatórios públicos autorizados por Stalin em
1945), registou tanto um tiro no crânio de Hitler, quanto cacos de vidro na sua
mandíbula, Stalin
estava reticente em acreditar que o seu inimigo estava realmente morto. Os
restos de Hitler e Braun foram exumados e enterrados repetidamente pela SMERSH
durante a mudança de sua unidade de Berlim para uma nova instalação em
Magdeburgo onde eles (juntamente com o ministro da propaganda Joseph
Goebbels e os de sua esposa Magda
Goebbels e seus seis filhos) foram definitivamente enterrados num
túmulo debaixo de uma seção de um pátio pavimentado, cuja localização foi
mantida secreta.
Em 1970, a
instalação da SMERSH (agora controlada pelo KGB) foi entregue à Alemanha
Oriental. Temendo a possibilidade de que o túmulo de Hitler se
pudesse tornar num "santuário" neo-nazista,
o diretor da KGB Yuri Andropov autorizou uma operação especial para destruir os
restos. Em 4 de Abril de 1970 uma equipe soviética do KGB (ao qual foi dada
gráficos detalhados sobre o caso) secretamente exumou os corpos, queimando-os
completamente e jogando as cinzas no rio Elba.
Fontes: www.wikipedia.org
Marsh, W.B. e
Bruce Carrick – 365 Grandes Histórias da História