Com a despedida
do Verão, o Outono chegou ainda quente e doce como o sabor das uvas perfumadas
mas já mostrando um travozinho ácido como o cheiro dos marmelos…
Mas nestes
finais de Outubro desvenda-nos já um pouco da sua face invernosa trazendo
consigo a chuva intensa e o vento forte que tem soprado nos últimos dias,
fazendo as árvores dobrarem-se gemendo, ao sentirem a sua fúria e as folhas
rodopiarem como loucas!
O poeta João de
Deus num dos seus poemas descreveu assim o destino das pobres folhas caídas:
Folha Caída
“Que fazes tu
por aqui,
Triste folha
despegada?
“O vento numa
rajada
Arrancou de uma
chapada
O carvalho onde
nasci;
Desde então,
seguindo o vento
Na carreira
desigual,
Percorro a cada
momento
Bosque, várzea,
monte, vale;
E ando neste
movimento
Sem receio e sem
desdoiro;
Vou na onda
caudalosa
Que leva a folha
da rosa…
E leva a folha
do loiro!”
Já o pintor
Giuseppe Arcimboldo (1527- 1593), de quem farei a seguir uma breve resenha, serviu-se
dos elementos da fauna e flora para pintar os seus exóticos quadros sobre as
estações (apresento aqui duas delas, o Verão e o Outono), e que tanto furor fizeram na altura.
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