Gaios no ramo de uma árvore |
O gaio e o papagaio
Não sei quem teve a ideia
de contar a um velho gaio
que outra ave papagueia
e se chama papagaio.
Disse o gaio: «Papa-quê?»
Disse o outro: «Papa-gaio!»
Disse o gaio: «Pois você
diga lá a esse bicho
que, se não muda de nome,
não me escapa, ainda o lixo;
que um gaio tem muita fome,
que sou um papão de um raio,
que este velho gaio o papa,
que sou papa-papagaio.»
Quando isto contaram a
um medroso papagaio,
gaguejou: «Eu... sou... pa... pa...»
e depois teve um desmaio.
Engasgou-se a rir, o gaio,
do desmaio do papagaio.
de contar a um velho gaio
que outra ave papagueia
e se chama papagaio.
Disse o gaio: «Papa-quê?»
Disse o outro: «Papa-gaio!»
Disse o gaio: «Pois você
diga lá a esse bicho
que, se não muda de nome,
não me escapa, ainda o lixo;
que um gaio tem muita fome,
que sou um papão de um raio,
que este velho gaio o papa,
que sou papa-papagaio.»
Quando isto contaram a
um medroso papagaio,
gaguejou: «Eu... sou... pa... pa...»
e depois teve um desmaio.
Engasgou-se a rir, o gaio,
do desmaio do papagaio.
Leonel Neves
Leonel Carlos
Duarte Neves, mais conhecido
por Leonel Duarte Neves foi um meteorologista
e escritor
português,
nascido na cidade de Faro a 20 de Junho de 1921, tendo falecido em Odiáxere,
perto de Lagos a 6 de Setembro de 1996.
A partir de 1937
passou a viver em Lisboa, onde obteve a licenciatura em Ciências Matemáticas na
Universidade de Lisboa. Pertenceu ao primeiro curso de meteorologistas
portugueses e ingressou no Serviço Meteorológico Nacional desde o seu início,
em 1946, tendo sido colocado na Madeira, Moçambique e Timor.
Durante a adolescência, começou a
escrever para jornais e revistas no Algarve, tendo conseguido vários prémios
nos Jogos Florais.
O seu primeiro livro, “Janela Aberta”,
foi bem recebido pela crítica, tendo sido elogiado por José Régio.
Também escreveu letras para vários músicos, incluindo Anatólio Falé e António Mestre, tendo, com este
último, elaborado várias canções e fados, que foram gravados por Amália Rodrigues. Escreveu vários livros,
especialmente para o público jovem, tendo trabalhado com António Fernando dos Santos, que lhe
ilustrou diversas obras. Participou, igualmente, na antologia” De que são feitos os sonhos”, e na
obra colectiva “ Canções e histórias
em Quatro Estações”, com o conto” Como
é a primavera?”.
·
Janela aberta: poemas (1940)
·
Natural do Algarve (1968)
·
O elefante e a pulga: poemas para crianças (1976)
·
Amigos em todo o mundo: poemas para os jovens e o povo (1977)
·
Histórias de Zé Palão (1979)
·
Um cavalo da cor do arco-íris: romancinho (1980)
·
Bichos de trazer por casa: poemas para crianças (1981)
·
Uma dúzia de adivinhas (1981)
·
O soldadinho e a pomba (1981)
·
O mistério do quarto bem fechado (1985)
·
O cão, o gato e a árvore (1987)
·
Dois macaquinhos à solta (1987)
·
Ontem à noite (1989)
·
Memórias de Timor-Leste (1994)
·
Um Extraterrestre em Lisboa
·
Sete Contos de Espantar
·
Novas Histórias do José Palão
·
Adivinhas e contos para ler na cama
Fontes: Wikipedia
Imagem: www.toucanart.com