Numa das minhas idas a terras transmontanas há uns anos atrás, sentei-me num café para beber a minha tradicional “bica” matutina, e ao folhear por acaso uma revista que ali se encontrava, deparei com o famoso poema de Luís de Camões - “Alma minha, gentil,” – traduzido para mirandês, um dialecto pertencente ao grupo astur-leonês, falado no concelho de Miranda do Douro e em aldeias dos concelhos limítrofes, e pelo qual, pessoalmente, sinto uma grande curiosidade.
La Lhéngua Mirandesa é falada por cerca de 15.000 pessoas, e, apesar de em 1999 ter sido reconhecida como a 2ª língua oficial do nosso país, continua, infelizmente, desconhecida para a grande maioria da população portuguesa.
Tal como a língua, também os seus poetas…
O abade Manuel Joaquim Sardinha nasceu no dia 20 de Julho de 1841em São Martinho d’ Angueira, terra de que foi abade e onde viveu desde 1869, aí falecendo, ao que parece, a 4 de Abril de 1911.
Conhecido no mundo das letras como o poeta Manuel Sardenha ou Manuol Sardina, foi, provavelmente, o primeiro escritor da língua mirandesa, embora também tenha escrito em português.
La Lhéngua Mirandesa é falada por cerca de 15.000 pessoas, e, apesar de em 1999 ter sido reconhecida como a 2ª língua oficial do nosso país, continua, infelizmente, desconhecida para a grande maioria da população portuguesa.
Tal como a língua, também os seus poetas…
O abade Manuel Joaquim Sardinha nasceu no dia 20 de Julho de 1841em São Martinho d’ Angueira, terra de que foi abade e onde viveu desde 1869, aí falecendo, ao que parece, a 4 de Abril de 1911.
Conhecido no mundo das letras como o poeta Manuel Sardenha ou Manuol Sardina, foi, provavelmente, o primeiro escritor da língua mirandesa, embora também tenha escrito em português.
Alma Adorada Mie
Alma adorada mie, que secumbiste
Tan cedo, d’esta bida descuntente
Descansa alhá no cielo aternamente
I biba you na tierra siempre triste.
Se na glória aternal, donde chubiste
D’esta bida hai lhembrança realmente,
Nunca squeças esse amor fuerte, eicelente
Que ya nos uolhos mius tan puro biste.
I se bes que puode algo merecer-te
L lhuito i l delor que me quedou
De la mauga forçosa de perder-te:
Roga a Dius que tous anhos ancurtiou
Que tan cedo d’acá me lhiebe a ber-te,
Cumo de los mius uolhos te lhevou.
Luís de Camões
Traduçon de L Abade Manuol Sardina – 1885
Fontes:
Abadesardina.wordpress.com
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