quarta-feira, 7 de março de 2012

Vamba – Historia e Lenda – IV

O Freixo de Wamba
Sobre a vara florida do Rei Wamba, há ainda uma outra versão além da que contei no primeiro post sobre este rei…
Conta a lenda, que quando os mensageiros do Conselho dos Godos descobriram Wamba a lavrar e o quiseram levar com eles, ele espetou a vara da aguilhada no chão e disse:
- Só irei convosco, se esta vara se tornar numa árvore!
Palavras não eram ditas, a vara criou raízes, cresceu, deitou ramos e folhas, tornando-se num freixo, o qual ainda podemos apreciar no percurso pedestre junto a Idanha-a-Velha /Idanha-a-Nova!
No início do século XVI, Duarte d'Armas não se esqueceu de o reproduzir ao representar o conjunto das fortalezas de Monsanto e Idanha-a-Velha/ Idanha-a-Nova.

A Sepultura de Wamba
Na igreja da freguesia de Briteiros Santa Leocádia, existia uma sepultura contígua à porta travessa da Igreja que se diz ter pertencido ao rei-abade S. Wamba, e que posteriormente foi deslocada para a frente do cemitério.
Era uso antigo para se curarem as crianças doentes, apanharem-se umas ervas do adro da igreja que se benziam na imagem de Santa Leocádia, dizendo “A bênção do Padre, do Filho e do Espírito Santo”. Molhavam-se depois na pia da água benta, misturavam-se com terra da sepultura do santo, coziam-se e com a água daí resultante, dava-se banho a toda e qualquer criança doente. E pela bênção, dava-se ao pároco, um vintém.

Santo Egídio e o Rei Wamba
Santo Egídio foi um santo católico eremita do século VI originário da Grécia que se tornou popular na região da Provença e na Escócia. A abadia onde viveu Santo Egídio, Saint-Gilles, é local de peregrinação e um dos pontos de paragem dos Caminhos de Santiago.
São poucos os dados que existem sobre a vida deste santo, supondo-se que tenha nascido por volta de 650 d. C., em Atenas.
De acordo com a Legenda Áurea, depois da morte de seus pais, decidiu tornar-se um ermitão, vivendo na pobreza e totalmente dedicado a Deus. Instalou-se em França, numa caverna de uma floresta próxima de Nimes, cuja entrada era escondida por um arbusto espinhoso. Na mais completa pobreza, alimentava-se apenas de ervas, de raízes e do leite de uma corça, que, segundo a tradição, lhe tinha sido enviada por Deus.
Certa vez, o rei Wamba foi caçar nas proximidades da caverna de Egídio e, em vez de ferir uma corça que se escondera atrás de um arbusto, a sua flecha acertou na mão do pobre ermitão, que tentava proteger o animal acuado. Descoberta assim a residência do eremita, o rei, para se desculpar, mandou-lhe o seu médico e passou a visitá-lo com frequência, presenciando vários prodígios que divulgava na Corte. Assim, a fama de santidade de Egídio ganhou vulto e ele passou a ter vários discípulos. O rei, então, mandou construir um mosteiro e uma igreja, sendo Santo Egídio o seu primeiro abade. Aí faleceu a 1 de Setembro de 720, sendo nesta data que a Igreja celebra a sua festa litúrgica. A sua sepultura depressa se tornou num local de peregrinação, estendendo-se o seu culto por todo o mundo cristão.
Mais tarde, o mosteiro foi entregue aos beneditinos.
É um dos quatorze “santos auxiliadores” do povo, sendo invocado contra a convulsão da febre, contra o medo e contra a loucura.

Fontes e imagens:
cm-vvrodao.pt
naturtejo.com
briteirossantaleocadia.pt



Sem comentários:

Enviar um comentário