Rezando e meditando, o monge percorreu todos os lugares de romagem budista, incluindo Kapilavatthu (na parte meridional do actual Nepal), a cidade natal do príncipe Gautama, e Bodhgaya, onde Buda recebeu a Iluminação debaixo de uma figueira, a Árvore Bodhi.
Atingiu, por fim, o grande mosteiro budista de Nalanda, provavelmente a Universidade mais antiga do mundo, contando com 10.000 monges e cerca de 2.000 professores, dirigida pelo abade Silabhadra, um dos grandes filósofos do seu tempo, que o vieram cumprimentar.
Após um prolongado período de estudo, Hiuan-Tsang, convertido ao budismo Mahayana, regressou à China em Abril de 645, desta vez através da Ásia Central, seguindo o trilho das caravanas que viajavam pelo lado sul da Rota da Seda, trazendo consigo um grande número de textos clássicos do Budismo em sânscrito, assim como relíquias e estátuas do Buda oferecidas pelos governantes dos países que visitava na viagem de volta ao seu país, como o rei de Assam, ou o rei-poeta Harsha, de Kanauj, que convocou uma conferência para um debate sobre as diversas correntes religiosas, e onde segundo a lenda, o monge budista mais uma vez deu provas da sua imensa sabedoria, ao vencer cerca de quinhentos outros convidados, entre jainistas, hinduístas e ortodoxos.
Depois de pedir a permissão do imperador T’ai-Tsong para entrar no país, Hiuan-Tsang teve a honra de ser recebido numa audiência imperial, onde lhe foi oferecido um cargo importante, que recusou.
O Imperador ordenou-lhe então que escrevesse um relato pormenorizado de toda a sua viagem, o que ele fez, servindo-se do seu diário e com a ajuda do seu discípulo Bian-chi.
Depois de o terminar, Hiuan-Tsang retirou-se para um mosteiro em Chang’an, onde passou o resto da sua vida traduzindo os textos budistas do sânscrito (uma das línguas indianas mais antigas), para a língua chinesa, apoiado por uma equipa de tradutores.
Com a permissão do imperador, fundou a escola Faxiang (Fa-hsiang), frequentada por estudantes de toda a Ásia Oriental, orientada também pelo seu discípulo e colaborador Kwei-Ji. Graças aos seus esforços, o Budismo continuou a progredir por toda esta região, mesmo depois da destruição de Nalanda em 1193.
Em 647 enviou para a Índia a sua tradução em sânscrito do Tao Te Ching ou Dao de Jing, um dos mais antigos escritos chineses e que serviu de inspiração para diversas religiões e filosofias como o Taoísmo ou o Zen. Segundo a tradição, foi escrito por Lao Tzi, um sábio que viveu na Dinastia Zhou, cerca de 600 a.C.
A 5 de Fevereiro de 664, Hsuan-Tsang morria tranquilamente no seu mosteiro, deixando traduzidos para a sua língua natal cerca de76 obras budistas compostas por uns 1.330 fascículos.
Em sua honra, o Imperador Gao-Tsong que entretanto sucedera a seu pai T’ai-Tsong, decretou três dias de luto nacional. Considerado um santo, por toda a China se erguem templos e estátuas em sua honra.
Fontes e Imagens:
www.wikipedia.org
www.iep.utm.edu/xuanzang
15 Grandes Explorações – Editorial Verbo
Ao Encontro do Passado – Selecçoes do Reader’s Digest
www.silkroad.com
Buda – Italo Sordi
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