O Advento
(do latim Adventus:
"chegada", do verbo Advenire:
"chegar a") é o primeiro tempo do Ano litúrgico,
o qual antecede o Natal.
Começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até às
primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.
A primeira
referência ao "Tempo do Advento" é encontrada em Espanha,
quando no ano 380,
o Sínodo de Saragoça prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania,
data em que, antigamente, também se celebrava o Natal.
Em França,
S. Perpétuo, bispo de Tours,
instituiu seis semanas de preparação para o Natal. É também do final desse século a "Quaresma de São Martinho", que
consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São
Martinho.
Somente no final
do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico
do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor, passando a ser celebrado
durante 5 domingos.
São Gregório Magno (590- 604) foi o primeiro
Papa a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais
antigo em prover missas próprias para os domingos desse tempo litúrgico.
No século IX, a duração do Advento
reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I
(858-867) aos búlgaros.
Esse tempo
possui duas características: Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se
volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo,
Salvador no final dos tempos. As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de
Dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a
primeira vinda de Jesus entre nós. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de
piedosa e alegre expectativa. Uma das expressões desta alegria é o canto das
chamadas "Antífonas do Ó".
No século XII o jejum havia sido já
substituído por uma simples abstinência.
Os paramentos
litúrgicos(casula, estola, dalmática, pluvial, cíngulo, etc) são de cor roxa, bem como o véu que recobre o ambão,
a bolsa do corporal e o véu do cálice; como sinal de recolhimento e conversão
em preparação para a festa do Natal. A única excepção é o terceiro domingo do
Advento, Domingo Gaudete ou da Alegria, cuja cor tradicionalmente usada
é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do Salvador
que está bem próxima. Também os altares são ornados com rosas cor-de-rosa. O nome
de Domingo Gaudete refere-se à primeira palavra do intróito deste dia,
que é tirado da segunda leitura que diz: "Alegrai-vos sempre no Senhor.
Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto"(Fl 4, 4). Também é chamado
"Domingo mediano", por marcar a metade do Tempo do Advento, tendo analogia com o quarto domingo do Tempo da
Quaresma, chamado Laetare.
A coroa de
advento, um dos seus símbolos principais, é feita com ramos verdes, em forma de
círculo, geralmente envolvida por uma fita vermelha e onde são postas 4 velas.
O círculo representa o elo da união de Deus com os homens.
A cor verde é a cor da esperança e da vida. Os
ramos dos pinheiros permanecem verdes apesar dos rigorosos invernos, assim como
os cristãos devem manter fé e a esperança apesar das tribulações da vida.
A fita vermelha está
ligada à cor do fogo e do sangue. Simboliza a cor da vida, do amor e ao mesmo
tempo do derramamento do sangue, do sacrifício.
As 4 velas: uma
vela para cada domingo que antecede ao dia 25 de Dezembro, verde no 1º domingo
do advento, roxa no 2º domingo, rosa ou rósea no 3º domingo e branca no 4º
domingo.
Na liturgia bizantina destaca-se, no
domingo anterior ao Natal, a comemoração de todos os patriarcas, desde Adão até
José, esposo da Santíssima Virgem Maria. No rito siríaco, as semanas que
precedem o Natal chamam-se "semanas das anunciações". Elas evocam o
anúncio feito a Zacarias, a Anunciação do Anjo a Maria, seguida da Visitação, o
nascimento de João Batista e o anúncio a José.
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