terça-feira, 12 de março de 2013

Margarida Teresa de Habsburgo

Retrato da Infanta Margarida Teresa – Gerard Duchatêau

A 12 de Março de 1673 falecia em Viena a imperatriz Margarida Teresa de Habsburgo, figura central do famoso quadro “As Meninas”, obra-prima do grande pintor espanhol Diego Velasquez, pintado em 1656, era ela ainda criança.
Nascida em Madrid, a 12 de julho de 1651, filha do rei Felipe IV de Espanha e de sua segunda esposa Maria Ana de Áustria, era meia-irmã da infanta Maria Teresa, rainha de França. Apesar do alto grau de consanguinidade existente na sua família, Margarida Teresa era uma menina bonita, dotada de um caráter doce e alegre. Era também a filha favorita do rei Felipe IV, que nas suas cartas particulares lhe chamava «mi alegría» (Minha Alegria).
Por razões políticas, Margarida Teresa ficou noiva, ainda criança, de seu tio materno e primo paterno, Leopoldo I, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, onze anos mais velho. Dado que o herdeiro do trono espanhol só nasceu em 1661 e receando-se pela sua sobrevivência, Felipe IV estipulou que ela deveria manter a sua posição na linha de sucessão ao trono espanhol e passar seus direitos de sucessão aos seus descendentes, algo que Leopoldo I aceitou de bom grado.
No verão de 1666, a infanta, então com quinze anos de idade, deixou a Espanha em direção à Áustria, onde foi recebida solenemente por Leopoldo I. O casamento ocorreu no dia 5 de Dezembro daquele ano, em Viena. Apesar da diferença de idade e da aparência pouco atractiva de Leopoldo I, o casal foi bastante feliz, já que tinham vários interesses em comum, tais como música e o teatro. Embora tivesse sido apelidada como "Gretl" por seu marido, Margarida Teresa tratava-o por "tio".
Um dos eventos mais ilustres durante o reinado de Leopoldo foi a esplêndida performance da ópera Il pomo d'oro (A maçã de ouro), pelo compositor italiano Antonio Cesti, a fim de celebrar o aniversário dos dezassete anos da imperatriz, em julho de 1668. A ocasião é considerada o apogeu da ópera barroca em Viena, durante o século XVII.
O imperador mostra-se tão apaixonado, que os médicos aconselham-no a reduzir as suas assiduidades, para preservar a saúde. Os conselhos são inúteis, já que nos seus seis anos de matrimónio, a imperatriz dá à luz quatro crianças. Leopoldo I conservou a sua saúde, o que lhe permitiu mais dois casamentos, mas Margarida Teresa morre de parto aos vinte e dois anos de idade!
Descendência:
Fernando Wenceslau (16671668), Arquiduque de Áustria.
Maria Antónia (16691692), Arquiduquesa de Áustria e presuntiva herdeira da Coroa espanhola. Casou com Maximiliano II da Baviera e tiveram um filho, José Fernando, Príncipe de Astúrias.
João Leopoldo (1670), Arquiduque de Áustria.
María Ana Antonia (1672), Arquiduquesa de Áustria.
Está sepultada na Cripta dos Capuchinhos de Viena.

Além dos muitos quadros desta infanta pintados por Velasquez, o primeiro deles tinha ela somente dois anos, houve outros pintores como Martinez del Mazo, Jan Thomas e Gerard Duchatêau. Este último foi enviado por Leopoldo I à Corte espanhola a fim de pintar o quadro oficial da infanta, pois não gostou de a ver vestida de azul no quadro enviado pelos Reis de Espanha e pintado por Velasquez (A Infanta Margarida com vestido azul).

Maurice Ravel ter-se-á inspirado em Margarida Teresa de Habsburgo ao compor Pavane pour une Infante Défunte;

Oscar Wilde inspirou-se em As Meninas quando escreveu o seu conto The Birthday of the Infanta;

Um diamante azul dado à infanta Margarida Teresa por seu pai quando tinha somente 13 anos e como parte do dote do seu noivado com Leopoldo I, quebrou o record de vendas num leilão em Londres, ao ser vendido por 16,39 milhões de libras.


As Meninas – Velasquez, 1656


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