Retrato da
Infanta Margarida Teresa – Gerard Duchatêau
A 12 de Março de
1673 falecia em Viena a imperatriz Margarida Teresa de Habsburgo, figura
central do famoso quadro “As Meninas”, obra-prima do grande pintor espanhol Diego
Velasquez, pintado em 1656, era ela ainda criança.
Nascida em Madrid, a 12 de julho
de 1651,
filha do rei Felipe IV de Espanha e de sua segunda
esposa Maria Ana de Áustria, era
meia-irmã da infanta Maria Teresa, rainha de França. Apesar do alto grau de
consanguinidade existente na sua família, Margarida Teresa era uma menina
bonita, dotada de um caráter doce e alegre. Era também a filha favorita do rei
Felipe IV, que nas suas cartas particulares lhe chamava «mi alegría» (Minha
Alegria).
Por razões políticas,
Margarida Teresa ficou noiva, ainda criança, de seu tio materno e primo
paterno, Leopoldo I, imperador do Sacro Império
Romano-Germânico, onze anos mais velho. Dado que o herdeiro do trono
espanhol só nasceu em 1661 e receando-se pela sua sobrevivência, Felipe IV estipulou
que ela deveria manter a sua posição na linha de sucessão ao trono espanhol e passar
seus direitos de sucessão aos seus descendentes, algo que Leopoldo I aceitou de
bom grado.
No verão de 1666, a infanta, então com
quinze anos de idade, deixou a Espanha em direção à Áustria,
onde foi recebida solenemente por Leopoldo I. O casamento
ocorreu no dia 5 de Dezembro daquele ano, em Viena. Apesar da
diferença de idade e da aparência pouco atractiva de Leopoldo I, o casal foi
bastante feliz, já que tinham vários interesses em comum, tais como música
e o teatro.
Embora tivesse sido apelidada como "Gretl"
por seu marido, Margarida Teresa tratava-o por "tio".
Um dos
eventos mais ilustres durante o reinado de Leopoldo foi a esplêndida
performance da ópera
Il pomo d'oro (A
maçã de ouro), pelo compositor italiano Antonio Cesti, a fim de celebrar o aniversário
dos dezassete anos da imperatriz, em julho de 1668. A ocasião é
considerada o apogeu da ópera barroca em Viena, durante o século XVII.
O imperador
mostra-se tão apaixonado, que os médicos aconselham-no a reduzir as suas assiduidades,
para preservar a saúde. Os conselhos são inúteis, já que nos seus seis anos de matrimónio,
a imperatriz dá à luz quatro crianças. Leopoldo I conservou a sua saúde, o que
lhe permitiu mais dois casamentos, mas Margarida Teresa morre de parto aos
vinte e dois anos de idade!
Descendência:
Fernando Wenceslau (1667–1668), Arquiduque de Áustria.
Maria Antónia (1669 –1692), Arquiduquesa de Áustria e
presuntiva herdeira da Coroa espanhola. Casou com Maximiliano II da Baviera e tiveram um filho, José
Fernando, Príncipe de Astúrias.
João Leopoldo (1670), Arquiduque de Áustria.
María Ana Antonia (1672), Arquiduquesa de Áustria.
Está
sepultada na Cripta dos Capuchinhos de Viena.
Além dos
muitos quadros desta infanta pintados por Velasquez, o primeiro deles tinha ela
somente dois anos, houve outros pintores como Martinez del Mazo, Jan Thomas e
Gerard Duchatêau. Este último foi enviado por Leopoldo I à Corte espanhola a fim
de pintar o quadro oficial da infanta, pois não gostou de a ver vestida de azul
no quadro enviado pelos Reis de Espanha e pintado por Velasquez (A Infanta
Margarida com vestido azul).
Maurice Ravel ter-se-á inspirado em Margarida Teresa de Habsburgo ao compor Pavane pour une Infante Défunte;
Oscar Wilde inspirou-se em As Meninas
quando escreveu o seu conto
The Birthday of the Infanta;
Um diamante azul dado à infanta
Margarida Teresa por seu pai quando tinha somente 13 anos e como parte do dote
do seu noivado com Leopoldo I, quebrou o record de vendas num leilão em
Londres, ao ser vendido por 16,39 milhões de libras.
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As Meninas –
Velasquez, 1656
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