Olá a todos,
Em primeiro
lugar, as minhas desculpas aos meus leitores, particularmente aos meus
seguidores (a quem agradeço a constância), por uma tão grande ausência do blog,
mas vários factores de ordem pessoal para isso contribuíram, sendo um deles o
grande incêndio que deflagrou no Nordeste Transmontano, atrasando ainda mais o meu
encontro com o meu velhinho PC, que ficou em casa à minha espera…
Nessa região,
cuja paisagem agreste e dura dominada por fragas e penedos enormes, pelas
vertiginosas arribas do Douro onde ainda se podem admirar as grandes aves de
rapina em plena liberdade e pelas manchas sucessivas de castanheiros (a minha
árvore preferida) sempre me encantou, nessa região, dizia eu, tenho familiares
e amigos que, alguns deles, chegaram a ter a vida em risco, além da perda de terras
e gado.
Percorrendo
algumas regiões afectadas, onde cheguei a ter de aguardar algum tempo para que
o fogo que grassava junto à estrada e que tinha passado para o outro lado,
fosse apagado para podermos continuar a nossa viagem, não consigo compreender
como foi possível que o incêndio atingisse tais proporções, com tantos meios à
disposição para o seu controle…
Considerado o
maior incêndio do ano em Portugal até agora, com cerca de 14.500 hectares de
terra queimada, faz dó olhar para tanto monte outrora tão verdejante e onde
hoje apenas vemos terra negra e árvores carbonizadas, que embora mortas, se
mantém orgulhosamente de pé!
Transmontana por
adopção, lembro-me de um pequeno poema de Miguel Torga, esse sim, um
transmontano de gema:
ECO
Ah, terra transmontana
Que não tens um
cantor à tua altura!
Um Marão
inspirado,
Um Douro
inquieto,
Um plaino aberto
De carne e osso
Capaz de recriar
noutra verdade
Esta grandeza
austera,
Onde as pedras
parecem ter vontade,
E nenhuma
vontade desespera.
In “Antologia
Poética”
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