Os
historiadores não estão de acordo quanto à origem dos Etruscos.
Admitem, no entanto, que a civilização etrusca surgiu na Itália
Central no sec. VIII a. C., seguindo-se, sem interrupção sensível,
à civilização vilanovense, sólidamente instalada no Lácio desde
o princípio do 1º milénio a. C.
Segundo
Heródoto, os Etruscos viveram inicialmente na Lídia, na Ásia
Menor. Uma prolongada fome fê-los emigrar. Será isto verdade? Seja
como fôr, os vestígios etruscos provam a existência de contactos
muito estreitos com o Oriente. Entre outros, foram encontrados, um
vaso de pedra com o nome de um faraó egípcio que reinou cerca de
700 a.C., e uma reprodução em bronze de um fígado que deveria ter
sido utilizada para o ensino da predição do futuro a partir das
entranhas. A interpretação dos presságios através do exame das
entranhas dos animais sacrificados e do voo das aves fazia parte da
arte divinatória dos Orientais e passou para os Etruscos, que, por
seu turno, a ensinaram aos Romanos.
A
arquitectura apresenta semelhanças ainda mais notáveis.
Contrariamente aos templos gregos – e ao romanos posteriores -, os
templos etruscos são construídos sobre uma plataforma elevada, à
semelhança das “montanhas artificiais” dos Sumérios, os
ziggurats.
Tal como
os outros povos do Próximo Oriente, os Etruscos representavam toda a
espécie de animais fabulosos. Nas paredes dos deus túmulos
encontramos uma fauna extremamente variada: esfinges, grifos e
quimeras. Foi, sem dúvida, do Oriente, por intermédio da Grécia,
que receberam os seus modelos. Em geral, a influência grega depressa
se torna mais forte do que a oriental.
No início
do sec. V a. C., os Etruscos estavam no auge do seu poder. Em
seguida, a pressão dos povos celtas, vindos do Norte, e dos Gregos,
vindos do Sul, tornaram-lhes a vida difícil. Encontraram um aliado
em Cartago, mas a sorte não estava com eles. Em 480 a.C., o ano em
que os Gregos metropolitanos venceram os Persas, os gregos ocidentais
infligiram uma derrota esmagadora aos Cartagineses e seis anos mais
tarde foi a vez dos Etruscos, vencidos perto de Cumas por Hiéron,
tirano de Siracusa. Esta derrota marca uma viragem na história dos
Etruscos, a sua decadência foi ininterrupta; o seu território foi
sendo, pouco a pouco, conquistado pelos Celtas, pelos Samnitas e
pelos Romanos.
Os mais
belos tesouros artísticos deixados pelos Etruscos são os seus
esplêndidos túmulos, com as paredes ornamentadas de frescos; do
ponto de vista ornamental, só as últimas moradas dos Egípcios de
elevada categoria podem rivalizar com os túmulos etruscos. Tanto
para uns, como para outros, a morte e as cerimónias fúnebres,
tinham, no plano religioso, grande importância. A morte devia
inspirar aos Etruscos um terror sem limites. Nenhum povo europeu
imaginou criaturas mais pavorosas do que os demónios etruscos, com
garras e bicos de ave de rapina: possuíam cabelos de um vermelho
vivo e reviravam os olhos selvagens numa face lívida. Os Etruscos
ornamentava os seus túmulos com cenas escolhidas entre as mais
divertidas da vida terrena, como se quisessem arranjar compensação
para a morte. Aí se vêem imensos festins, jogos e bailados onde
pequenas dançarinas marcam o ritmo com a ponta dos dedos. As
pinturas tumulares exprimem as alegrias da vida e dos sentidos e
atestam uma tão refinada elegância que lembram os frescos do
palácio de Cnossos. Os escritores gregos e romanos cantaram a beleza
das mulheres etruscas e as pinturas dos túmulos confirmam o que por
eles foi dito. Já as esculturas funerárias dos homens mostram-nos
homens gordos e feios, por isso os Romanos aos descreverem-nos
chamavam-nos de “gordos e barrigudos”.
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