Última
Ceia – Ícone de Teófanes, o Cretense
“Enquanto
comiam, tomou um pão e, depois de pronunciar a benção, partiu-o e
entregou-o aos discípulos, dizendo: - Tomai,
isto é o Meu corpo.
- Depois, tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam
dele. E Ele disse-lhes: - Isto é
o Meu sangue, sangue da aliança, que vai ser derramado por muitos.
Em verdade vos digo: Não beberei do produto da videira até àquele
dia em que o hei-de beber de novo no reino de Deus”.Marcos
(14,22-25).
A
Última Ceia
ou a Santa Ceia,
é o nome dado à última refeição que, de acordo com os cristãos,
Jesus tomou com os seus apóstolos em Jerusalém antes da sua
crucificação.
O
relato mais antigo provém do Evangelho de Marcos, que foi produzido
por volta do ano 70 d.C., seguido do de Mateus, por volta dos anos 70
a 90 d.C., Lucas em 90 d.C., e, por fim, o de João, escrito entre
os anos 100 e 110 d.C. Além disso,
é também mencionada na Epístola de S. Paulo aos Coríntios (I
Coríntios 11,23, 26-3), e é comemorada na chamada Quinta-Feira
Santa.
Em
Marcos (14,12-25), o relato da Ultima Ceia dá-se no primeiro dia dos
Ázimos, numa “sala arrumada com almofadas”, onde, durante a
refeição, Jesus anuncia que um de seus discípulos o irá trair.
O
Evangelho de Mateus (26,17-29) ilustra o cenário de uma forma um
pouco diferente, pois não há menção sobre o lugar em que decorre
a Santa Ceia. O anúncio feito por Jesus de sua iminente traição
segue como descrito em Marcos. Apenas há o detalhe adicional de que
Judas pergunta a Jesus se será ele o traidor, o que confere uma
maior dramatismo à cena. A ceia termina com o ritual do pão e do
vinho, embora com algumas diferenças da versão feita por Marcos.
No
Evangelho de Lucas (22,7-23), diferentemente dos de Marcos e Mateus,
encontramos a informação de que a traição a Jesus teria ocorrido
porque “Satanás entrou em Judas”. Outra diferença está na
menção de que os discípulos foram enviados por Jesus à casa em
que ocorreu a última ceia: João e Pedro (em Marcos, vemos apenas
Jesus ordenando dois de seus discípulos que fossem a uma casa; e em
Mateus, a dois discípulos se apresentam para procurar um lugar para
a ceia). Aqui, tal como em Marcos, já há detalhes sobre a casa e o
lugar em que Jesus e seus discípulos realizaram a ceia.
O
acto é encerrado com as palavras rituais que são similares àquelas
vistas em Mateus, com o diferencial de que Lucas deixa claro que o
ritual do pão e do vinho deve ser repetido até que o reino de Deus
seja instaurado. Essa mudança é significativa quando posta em
comparação com os dois evangelhos anteriores, já que tanto em
Marcos quanto em Mateus, Jesus não deixa claro se o reino foi ou não
instituído. O que o Nazareno diz é apenas que ele e seus discípulos
beberão um novo vinho no reino de Deus.
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