Na passagem do ano, entre 31 de Dezembro e 1 de Janeiro, realizam-se tradicionalmente as famosas corridas de S. Silvestre, assim como os espectáculos de fogo-de-artifício também em honra do mesmo santo, sendo o da Ilha da Madeira conhecido internacionalmente.
Mas afinal, quem foi S. Silvestre?
Nascido possivelmente em 285,em Roma, filho de pais cristãos, S. Silvestre foi o 33º Papa da Igreja de Roma, sendo festejado a 31 de Dezembro, data da sua morte, sendo também um dos primeiros santos canonizado sem ter sofrido o martírio.
É o Santo que encerra o nosso ano civil, mas não o ano litúrgico, uma vez que este começa cerca de quatro semanas antes do Natal, no 1º Domingo do Advento, terminando no ano seguinte, no sábado imediatamente anterior.
Depois da morte de S. Melquíades, São Silvestre foi nomeado Bispo de Roma, ocupando este cargo durante 21 anos. Papa de 31 de Janeiro de 314 a 31 de Dezembro de 335, não existe grande informação sobre o seu pontificado apesar de esta ser a época de Constantino, o Grande, em que a igreja sofreu uma notável evolução.
Durante o seu pontificado, bastante longo para a época (21 anos), S. Silvestre manteve sempre boas relações com o Imperador Constantino, que, através do Édito de Milão, em 313 (também chamado de Édito da Tolerância), proclamou a liberdade de culto para todas as religiões, adoptando a cristã como a religião oficial do Estado, embora ele próprio só se deixasse baptizar no seu leito de morte, e por um sacerdote ariano.
Como Pontifex maximus (cargo tradicionalmente ocupado por todos os imperadores romanos, e que tinha a ver com a regulação de toda e qualquer prática religiosa no império), Constantino introduziu vários dogmas na religião cristã, baseados nas tradições dos primeiros cristãos. Um dos mais conhecidos foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com excepção dos lavradores — medida tomada por Constantino utilizando-se da crença de que os primeiros cristãos já o faziam, fixando o calendário das festas religiosas, em dias fastos e nefastos (o trabalho sendo proibido durante estes últimos). Note-se que o domingo foi escolhido como dia de repouso, não apenas em função da tradição sabática judaico-cristã, como também por ser o "dia do Sol" — uma reminiscência do culto do Deus Sol Invictus, a divindade padroeira dos imperadores-soldados do século anterior, de que o Imperador era o legítimo representante.
Uma lenda antiga menciona a relação do santo com o primeiro imperador cristão, mas não está de acordo com os factos históricos. A maior parte das lendas sobre a sua vida foram compiladas no Vita beati Sylvestri que surgiu no Oriente e foi preservada em grego, siríaco e latim no Constitutum Sylvestri, um relato apócrifo de um concílio e no Donatio Constantini. Estas narrativas que mencionam a perseguição de São Silvestre, o concílio dos 275 bispos de Roma, a cura e o baptismo do imperador Constantino, a dádiva imperial ao Papa e os direitos que lhe foram concedidos não passam de lendas.
No entanto, São Silvestre participou no concílio de Nicéia e nas negociações relativas à condenação do Arianismo. O primeiro concílio ecuménico teve a participação de legados enviados pelo Papa. Muito prudente, São Silvestre enviou legados ao Concílio de Arles, (1-8-314) que confirmou a condenação dos Donatistas, heréticos que defendiam que o baptismo não era válido quando ministrado por quem não tinha uma vida santa.
Apesar de tudo, S. Silvestre foi o Papa ideal para, nestas circunstâncias ocupar a cadeira de S. Pedro. Fechando os olhos aos vários crimes políticos, e não só, de Constantino, conseguiu que o Imperador apoiasse economicamente grandes obras de construção, tais como a Basílica e o Baptistério de Latrão, junto ao primeiro palácio imperial onde o Papa vivia, a Basílica do Palácio Sessoriano (Santa Croce in Gerusalenne), a igreja primitiva de São Pedro no Vaticano e várias igrejas e cemitérios sobre os túmulos de mártires.
O apreço do Imperador por S. Silvestre chegou ao ponto de lhe doar o palácio de Latrão que tinha pertencido à Imperatriz Fausta para sua residência, e que durante vários séculos será usado como tal.
A figura de São Silvestre está especialmente ligada à Igreja de Equitius, um presbítero romano, situada perto das termas de Diocleciano. Responsável pela existência da escola romana de canto, São Silvestre contribuiu ainda para o desenvolvimento da liturgia da Igreja, tendo o primeiro martirológio sido concebido durante o seu pontificado. O túmulo de São Silvestre situa-se na igreja por ele mandada construir no cemitério da Catacumba de Priscila, à Via Salaria.
Posteriormente, os seus restos mortais serão trasladados para uma igreja construída em sua honra, pelo Papa Paulo I.
A lenda conta que a conversão de Constantino, que sofreria de lepra incurável, se deveu a um milagre de S. Silvestre, que horrorizado com a sugestão do médico do Imperador, em banhá-lo no sangue de uma criança, o baptizou por imersão numa piscina, ficando Constantino imediatamente curado.
Há também a lenda de S. Silvestre relativa à Ilha da Madeira, que contarei a seguir.
Mas afinal, quem foi S. Silvestre?
Nascido possivelmente em 285,em Roma, filho de pais cristãos, S. Silvestre foi o 33º Papa da Igreja de Roma, sendo festejado a 31 de Dezembro, data da sua morte, sendo também um dos primeiros santos canonizado sem ter sofrido o martírio.
É o Santo que encerra o nosso ano civil, mas não o ano litúrgico, uma vez que este começa cerca de quatro semanas antes do Natal, no 1º Domingo do Advento, terminando no ano seguinte, no sábado imediatamente anterior.
Depois da morte de S. Melquíades, São Silvestre foi nomeado Bispo de Roma, ocupando este cargo durante 21 anos. Papa de 31 de Janeiro de 314 a 31 de Dezembro de 335, não existe grande informação sobre o seu pontificado apesar de esta ser a época de Constantino, o Grande, em que a igreja sofreu uma notável evolução.
Durante o seu pontificado, bastante longo para a época (21 anos), S. Silvestre manteve sempre boas relações com o Imperador Constantino, que, através do Édito de Milão, em 313 (também chamado de Édito da Tolerância), proclamou a liberdade de culto para todas as religiões, adoptando a cristã como a religião oficial do Estado, embora ele próprio só se deixasse baptizar no seu leito de morte, e por um sacerdote ariano.
Como Pontifex maximus (cargo tradicionalmente ocupado por todos os imperadores romanos, e que tinha a ver com a regulação de toda e qualquer prática religiosa no império), Constantino introduziu vários dogmas na religião cristã, baseados nas tradições dos primeiros cristãos. Um dos mais conhecidos foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com excepção dos lavradores — medida tomada por Constantino utilizando-se da crença de que os primeiros cristãos já o faziam, fixando o calendário das festas religiosas, em dias fastos e nefastos (o trabalho sendo proibido durante estes últimos). Note-se que o domingo foi escolhido como dia de repouso, não apenas em função da tradição sabática judaico-cristã, como também por ser o "dia do Sol" — uma reminiscência do culto do Deus Sol Invictus, a divindade padroeira dos imperadores-soldados do século anterior, de que o Imperador era o legítimo representante.
Uma lenda antiga menciona a relação do santo com o primeiro imperador cristão, mas não está de acordo com os factos históricos. A maior parte das lendas sobre a sua vida foram compiladas no Vita beati Sylvestri que surgiu no Oriente e foi preservada em grego, siríaco e latim no Constitutum Sylvestri, um relato apócrifo de um concílio e no Donatio Constantini. Estas narrativas que mencionam a perseguição de São Silvestre, o concílio dos 275 bispos de Roma, a cura e o baptismo do imperador Constantino, a dádiva imperial ao Papa e os direitos que lhe foram concedidos não passam de lendas.
No entanto, São Silvestre participou no concílio de Nicéia e nas negociações relativas à condenação do Arianismo. O primeiro concílio ecuménico teve a participação de legados enviados pelo Papa. Muito prudente, São Silvestre enviou legados ao Concílio de Arles, (1-8-314) que confirmou a condenação dos Donatistas, heréticos que defendiam que o baptismo não era válido quando ministrado por quem não tinha uma vida santa.
Apesar de tudo, S. Silvestre foi o Papa ideal para, nestas circunstâncias ocupar a cadeira de S. Pedro. Fechando os olhos aos vários crimes políticos, e não só, de Constantino, conseguiu que o Imperador apoiasse economicamente grandes obras de construção, tais como a Basílica e o Baptistério de Latrão, junto ao primeiro palácio imperial onde o Papa vivia, a Basílica do Palácio Sessoriano (Santa Croce in Gerusalenne), a igreja primitiva de São Pedro no Vaticano e várias igrejas e cemitérios sobre os túmulos de mártires.
O apreço do Imperador por S. Silvestre chegou ao ponto de lhe doar o palácio de Latrão que tinha pertencido à Imperatriz Fausta para sua residência, e que durante vários séculos será usado como tal.
A figura de São Silvestre está especialmente ligada à Igreja de Equitius, um presbítero romano, situada perto das termas de Diocleciano. Responsável pela existência da escola romana de canto, São Silvestre contribuiu ainda para o desenvolvimento da liturgia da Igreja, tendo o primeiro martirológio sido concebido durante o seu pontificado. O túmulo de São Silvestre situa-se na igreja por ele mandada construir no cemitério da Catacumba de Priscila, à Via Salaria.
Posteriormente, os seus restos mortais serão trasladados para uma igreja construída em sua honra, pelo Papa Paulo I.
A lenda conta que a conversão de Constantino, que sofreria de lepra incurável, se deveu a um milagre de S. Silvestre, que horrorizado com a sugestão do médico do Imperador, em banhá-lo no sangue de uma criança, o baptizou por imersão numa piscina, ficando Constantino imediatamente curado.
Há também a lenda de S. Silvestre relativa à Ilha da Madeira, que contarei a seguir.
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