Comemora-se hoje o Dia Mundial do Café, e sendo eu uma consumidora inveterada desta bebida divinal, não poderia deixar passar esta data em branco!
Assim, vamos lá saber um pouco da história destes grãozinhos…
“Há muitos séculos atrás, nas montanhas da Abissínia, o pastor Kaldi apascentava, como sempre, as suas ovelhas, quando começou a notar que estas, após comeram umas bagas vermelhas de uns arbustos selvagens que por ali cresciam, ficavam como que loucas, saltando e correndo, euforia essa que se prolongava pela noite dentro.
Admirado, Kaldi experimentou comer algumas, sentindo-se por sua vez, menos cansado, mais leve e sem sono. Colheu uma porção delas e levou-as ao prior de um mosteiro que existia na região, mas o bom do frade, sem lhes dar nenhuma importância atirou -as ao lume.
O cheiro que se desprendeu dos grãos queimados foi tão agradável, que o prior os tirou do lume, pondo-os de molho em água fria para os poder conservar, descobrindo os monges que depois de a beberem, conseguiam rezar as suas orações toda a noite sem adormecerem…”
E foi assim, reza a lenda, que se preparou o primeiro cafezinho na história da humanidade! Abençoados sejam…
Na realidade, não se sabe como surgiu o café. A sua história começa por volta do sec. IX, sendo originário da Etiópia, onde crescia selvagem, e as suas bagas eram mascadas pelos pastores.
Mas, ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa — local de origem da planta —, e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho, devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe. Na língua turco otomana era conhecido como kahve, que significava o mesmo. Assim, quando chegou ao Ocidente, ficou conhecido como “o vinho da Arábia”.
A classificação Coffea arabica foi-lhe dada pelo naturalista Lineu.
As tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam os seus grãos, fazendo uma pasta que misturavam com gordura, utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros. Quando os árabes ocuparam a Abissínia, o seu cultivo estendeu-se primeiro na Arábia, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islão. O Iêmen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo Árabe.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado em todo o Oriente, graças às conquistas do Sultão turco Selim I, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
Teve, no entanto, inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam as suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. Mas depressa a bebida aromática venceu essas resistências e até os doutores maometanos aderiram ao café, que, segundo os escritores da época, favorecia a digestão, alegrava o espírito e afastava o sono…
Em 1475 surge em Constantinopla a primeira loja de café, produto que para se espalhar pelo mundo beneficiou, primeiro, da expansão do Islamismo e depois, do intercâmbio comercial proporcionado pelos Descobrimentos.
Por volta de 1570, o café foi introduzido em Veneza, Itália, mas a bebida, considerada maometana, era proibida aos cristãos pelo que, só após o papa Clemente VIII ter provado o café é que a bebida circulou livremente.
Embora a bebida já fosse consumida em larga escala na Europa, os Árabes detiveram o monopólio da cultura do cafezeiro até ao sec. XVIII, estando os europeus proibidos de se chegarem sequer perto das plantações. Os sacos com os preciosos grãos eram embarcados no porto de Moka, sendo depois transportados pelos navios árabes e vendidos na Europa. Uma lei árabe de 1475 permitia que uma mulher obtivesse o divórcio, caso o marido não fosse capaz de lhe dar uma certa quantidade de café todos os dias.
Como o preço era elevado, vários países da Europa, como a França, a Itália e a Alemanha tentavam, sem sucesso, apoderar-se de alguns pés das preciosas árvores para o seu próprio cultivo. Mas foram os holandeses os primeiros a conseguirem com sucesso desenvolver as primeiras mudas em Amesterdão.
A partir daí, com o desenvolvimento das navegações europeias e as conquistas em África, nas Américas e na Ásia, o café começou a sua peregrinação pelo Novo Mundo, espalhando-se pelas Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico, Cuba, alcançando Java e o Suriname.
Gabriel Mathien de Clieu, oficial francês, foi quem trouxe para a América os primeiros grãos.
Em 1727, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, foi incumbido pelo governador do Estado do Grão-Pará, de trazer as primeiras mudas de café para o Brasil. Deslocando-se até à Guiana Francesa, aproximou-se da esposa do governador da capital Caiena, conquistando a sua confiança.Na despedida, o sargento conseguiu dela uma muda da planta de café-arábico que escondeu cuidadosamente na sua bagagem, dando-se assim início ao cultivo do café na região brasileira.
Assim, vamos lá saber um pouco da história destes grãozinhos…
“Há muitos séculos atrás, nas montanhas da Abissínia, o pastor Kaldi apascentava, como sempre, as suas ovelhas, quando começou a notar que estas, após comeram umas bagas vermelhas de uns arbustos selvagens que por ali cresciam, ficavam como que loucas, saltando e correndo, euforia essa que se prolongava pela noite dentro.
Admirado, Kaldi experimentou comer algumas, sentindo-se por sua vez, menos cansado, mais leve e sem sono. Colheu uma porção delas e levou-as ao prior de um mosteiro que existia na região, mas o bom do frade, sem lhes dar nenhuma importância atirou -as ao lume.
O cheiro que se desprendeu dos grãos queimados foi tão agradável, que o prior os tirou do lume, pondo-os de molho em água fria para os poder conservar, descobrindo os monges que depois de a beberem, conseguiam rezar as suas orações toda a noite sem adormecerem…”
E foi assim, reza a lenda, que se preparou o primeiro cafezinho na história da humanidade! Abençoados sejam…
Na realidade, não se sabe como surgiu o café. A sua história começa por volta do sec. IX, sendo originário da Etiópia, onde crescia selvagem, e as suas bagas eram mascadas pelos pastores.
Mas, ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa — local de origem da planta —, e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho, devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe. Na língua turco otomana era conhecido como kahve, que significava o mesmo. Assim, quando chegou ao Ocidente, ficou conhecido como “o vinho da Arábia”.
A classificação Coffea arabica foi-lhe dada pelo naturalista Lineu.
As tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam os seus grãos, fazendo uma pasta que misturavam com gordura, utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros. Quando os árabes ocuparam a Abissínia, o seu cultivo estendeu-se primeiro na Arábia, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islão. O Iêmen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo Árabe.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado em todo o Oriente, graças às conquistas do Sultão turco Selim I, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
Teve, no entanto, inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam as suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. Mas depressa a bebida aromática venceu essas resistências e até os doutores maometanos aderiram ao café, que, segundo os escritores da época, favorecia a digestão, alegrava o espírito e afastava o sono…
Em 1475 surge em Constantinopla a primeira loja de café, produto que para se espalhar pelo mundo beneficiou, primeiro, da expansão do Islamismo e depois, do intercâmbio comercial proporcionado pelos Descobrimentos.
Por volta de 1570, o café foi introduzido em Veneza, Itália, mas a bebida, considerada maometana, era proibida aos cristãos pelo que, só após o papa Clemente VIII ter provado o café é que a bebida circulou livremente.
Embora a bebida já fosse consumida em larga escala na Europa, os Árabes detiveram o monopólio da cultura do cafezeiro até ao sec. XVIII, estando os europeus proibidos de se chegarem sequer perto das plantações. Os sacos com os preciosos grãos eram embarcados no porto de Moka, sendo depois transportados pelos navios árabes e vendidos na Europa. Uma lei árabe de 1475 permitia que uma mulher obtivesse o divórcio, caso o marido não fosse capaz de lhe dar uma certa quantidade de café todos os dias.
Como o preço era elevado, vários países da Europa, como a França, a Itália e a Alemanha tentavam, sem sucesso, apoderar-se de alguns pés das preciosas árvores para o seu próprio cultivo. Mas foram os holandeses os primeiros a conseguirem com sucesso desenvolver as primeiras mudas em Amesterdão.
A partir daí, com o desenvolvimento das navegações europeias e as conquistas em África, nas Américas e na Ásia, o café começou a sua peregrinação pelo Novo Mundo, espalhando-se pelas Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico, Cuba, alcançando Java e o Suriname.
Gabriel Mathien de Clieu, oficial francês, foi quem trouxe para a América os primeiros grãos.
Em 1727, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, foi incumbido pelo governador do Estado do Grão-Pará, de trazer as primeiras mudas de café para o Brasil. Deslocando-se até à Guiana Francesa, aproximou-se da esposa do governador da capital Caiena, conquistando a sua confiança.Na despedida, o sargento conseguiu dela uma muda da planta de café-arábico que escondeu cuidadosamente na sua bagagem, dando-se assim início ao cultivo do café na região brasileira.
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