Ora num certo dia em que Sópatro sacrificava aos deuses, apareceu um touro que comeu as ervas e o grão que ele tinha disposto no altar. Indignado, matou o animal com um machado e, pensando depois que tinha cometido um sacrilégio, partiu para Creta.
Na sua ausência, a fome começou a grassar em Atenas e os habitantes da cidade perguntaram ao oráculo a razão para tal calamidade. A resposta foi que somente Sópatro poderia remediar o mal e encontrar o culpado…
A cidade, então, enviou mensageiros a Creta, onde o encontraram ainda deprimido pelo que fizera. Sem saber como proceder perante a questão colocada pelos enviados, pediu a Atenas que lhe concedesse a cidadania, o que lhe foi concedido.
Ao regressar, a sua primeira ideia foi compartilhar a culpa com todos os atenienses e, para tal, reuniu o povo da cidade dando-lhes instruções para que lhe trouxessem um touro igual ao que ele abatera. O animal, purificado pelas jovens atenienses, foi então morto por Sópatro com um cutelo igualmente purificado e afiado pelos outros atenienses. Depois, foi cortado em pedaços que foram distribuídos pelos presentes, de modo que todos foram culpados pela morte do touro.
Sópatro sugeriu então que se criasse um tribunal para julgar, definir e punir o culpado. Depois de muitos e longos debates, a culpa foi atribuída ao cutelo, pelo que foi condenado a ser lançado ao mar…
E a lenda diz que depois de executada a sentença, a fome cessou!
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