O
mês de Março
é o terceiro mês
do ano no calendário
gregoriano e um dos sete meses com 31 dias.
Março
inicia-se (astrologicamente,
não sideral) com
o sol no signo
de Peixes
e termina no signo de Áries.
Astronomicamente
falando, o sol inicia na constelação
de Aquarius e
termina na constelação de Pisces.
Março
no Hemisfério
norte é o sazonal equivalente a setembro no Hemisfério
sul. Por volta de 21
de março, o Sol
cruza o equador
celestial rumo ao norte; é o equinócio
de março, começo da primavera
no Hemisfério
Norte e do outono
no Hemisfério
Sul.
Na
Roma Antiga,
março (Martius), sendo o primeiro mês da primavera, iniciava não
só o Ano Novo como também a época das campanhas militares, sendo
por isso dedicado a Marte, o deus da guerra.
O
ano iniciava-se a 1
de março na Rússia
até o final do século
XV. O Reino
da Grã-Bretanha e as suas colónias
continuaram a utilizar o dia 25
de março para iniciar o ano até 1752,
ano em que finalmente adotaram o calendário
gregoriano. Muitas outras culturas e religiões ainda celebram o
começo do Ano-Novo
em março.
Em
finlandês,
o mês é chamado de maaliskuu, que tem origem em maallinen kuu
significando o mês terrestre. Isto é porque em maaliskuu a terra
começa a aparecer sob a neve derretida.
Historicamente
os nomes para março incluem o termo saxão
Lenctmonat, dado ao equinócio.
Os saxões também chamavam março de Rhed-monat ou Hreth-monath
(devido a seu deus Rhedam/Hreth) e os anglos
chamavam-no de Hyld-monath.
No
calendário
judaico, o fim de fevereiro e o começo de março é chamado de
adar, o último mês,
enquanto que o fim de março e começo de abril é chamado de nisã,
e é considerado o primeiro mês.
Água de Março é pior que nódoa em pano. A dezanove de Março, e o cuco sem vir, ou ele é morto ou está para vir. Antes a estopa de Abril que o linho de Março. Março, marçagão, manhãs de Inverno e tardes de Verão.
Março
marçagão,manhã de Inverno, tarde de rainha, de noite corta que nem
foicinha.
Março
duvidoso, S. João farinhoso.
Março,
àgua nem tanta que molhe o rabo ao gato; em Abril, quantas puderem
vir.
Março
liga a noite com o dia, o Manel com a Maria, o pão com o mato e a
erva com o sargaço.
Março marceja (chuva miudinha), pela manhã chove e à tarde calmeja.
Março
seco queima sete reinos.
Março
queima a dama no paço.
Março pardo e
venturoso traz o ano formoso.
Entre
Março e Abril o cuco há-de vir.
Em
Março cada dia chove um pedaço.
Em
Março, de manhã pinga a telha e à tarde sai a abelha.
Em
Março queima a velha o maço.
Em
Março, tanto durmo como faço.
Em
março o sol rega e a chuva queima.
Em
Março cresce cada dia um pedaço.
Em
Março, onde quero eu passo.
Inverno
de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.
Janeiro
geoso, Fevereiro nevado, Março frio e ventoso, Abril chuvoso e Maio
pardo, fazem o ano abundoso.
Nasce a erva em Março, nem que lhe dêem com um maço.
No
tempo do cuco, tanto está molhado como enxuto.
O
enxame de Março mete-o regaço.
Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.
Poda-me
em Janeiro, empa-me em Março e verás o que te faço.
Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz. Quando Outubro for erveiro, guarda para Março o palheiro. Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso. Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
Quem
em Março não merenda, aos mortos se encomenda.
Quem poda em Março, vindima no regaço.
Temporã
é a castanha que por Março arrebenta.
Uma
chuva de Março e duas de Abril valem por mil.
Vinho que
nasce em Maio, é para o gaio; se nasce em Abril, vai ao funil; se
nasce em Março, fica no regaço.Vento de Março e chuva de Abril, fazem Maio a florir. Fontes e imagem: www.wikipedia.org |
quinta-feira, 26 de março de 2015
O Mês de Março
sábado, 21 de março de 2015
Ovídio e “A Arte de Amar”
Particularmente
prezada durante a Antiguidade, lida e relida – sobretudo às
escondidas – ao longo de quase toda a Idade Média, revalorizada a
partir do Renascimento, a Arte de Amar
( Ars Amatoria,
em Latim), é uma trilogia escrita em verso pelo poeta romano Ovídio,
que, profundo conhecedor do coração humano, não hesitou em ensinar
através deles, aos homens e mulheres do seu tempo (e não só), a
difícil arte de seduzir e fazer perdurar o amor, antecedendo em
cerca de vinte séculos
a
“revolução sexual” dos nossos dias...
Os dois
primeiros volumes da trilogia, escritos entre 1 a.C., e 1 d.C., são
dirigidos ao elemento masculino e falam “sobre como conquistar os
corações das mulheres” e “como manter a amada”,
respectivamente. O terceiro volume, que é dirigido especialmente às
mulheres, contém os ensinamentos de “como atrair e seduzir os
homens”, foi escrito posteriormente.
Públio
Ovídio Naso, mais conhecido por
Ovídio,
nasceu a 20 de Março do ano 43 a.C., em Sulmona, num vale nos
Apeninos, a leste de Roma, numa importante família da classe nobre
rural, mas foi educado em Roma com os melhores mestres de retórica,
pois seu pai destinava-o à carreira política. O jovem, porém,
decide trocar a política pela poesia, e aos dezoito anos empreendeu
uma viagem à Grécia, um complemento indispensável à educação
dos jovens romanos.
Poeta de
verso fácil, Ovídio antes desta trilogia, escreve um longo poema de
forma epistolar, intitulado Heróides,
constituído por cartas fictícias de grandes heroínas amorosas,
históricas ou lendárias, para os seus amantes ausentes, uma
tragédia intitulada Medeia,
cujo rasto se perdeu e uma
série de poemas eróticos em cinco livros, com o nome de Amores,
dirigidos a uma amante, Corina.
O próximo
poema de Ovídio, Medicamina
Faciei,
um trabalho fragmentado sobre tratamentos de beleza feminina precedeu
Ars
Amatoria, ou “A Arte de
Amar”
que foi escrita já o autor passava dos quarenta anos, mais ou menos
na mesma altura em que na Galileia, vinha ao mundo um Menino chamado
Jesus. Nesse mesmo ano escreveu ainda outro poema Remedia
Amoris.
Esta
coleção de poesia elegíaca e erótica deu a Ovídio um lugar entre
os principais elegistas romanos, Cornélio Galo, Tíbulo e Propércio,
do qual ele próprio se via como o quarto membro. Casou-se
por três vezes e divorciou-se de duas das suas mulheres ainda antes
dos seus quarenta anos, tendo uma filha que lhe deu dois netos.
O
ideal de beleza, masculina ou feminina, os mecanismos de sedução,
os melhores métodos de obtenção do prazer e, mesmo, a arte da
traição e do engano, são alguns dos temas que preenchem este
manual do amor, e que provavelmente levaram a que o autor fosse
banido de Roma pelo Imperador Augusto, muito empenhado numa reforma
dos bons costumes. A celebração do amor extraconjugal pode ter sido
tomada como uma afronta intolerável a um regime que promovia os
'valores da família' e que já tinha levado ao exílio tanto da
filha como da neta do próprio Imperador.
O
certo é que no ano 8 d.C., o poeta foi exilado para Tomis, hoje
Constança na actual Roménia, sózinho e sem poder levar a sua
mulher, ao mesmo tempo que a sua obra Ars Amatoria era retirada de
todas as bibliotecas. Antes de morrer, preparava aquela que seria sua
última obra, Haliêutica,
sobre a arte da pesca; Caio Plínio Segundo acreditava que este era
mais um ato de diversão de Ovídio, que não tinha qualquer
interesse pelo tema tratado. Faleceu no ano 17 d.C.
A Arte de
Amar....
De
verdades, não mais, aqui se trata.
Ó mãe do
Amor, secunda o meu intento!
E vós,
longe daqui, ó finas faixas
que sempre
do pudor sois ornamento!
E tú,
também, ó longo véu que tapas
das
matronas os pés, vai-te no vento!
Eu só a
quem é livre me dirijo:
apenas me
dirijo a quem não tema
os
prazeres mais a furto concedidos...
não tem
pois mal nenhum este poema...
….
Se vais
para o amor como quem vai
pela
primeira vez ao fogo das pelejas,
trata de
procurar, antes de mais,
aquela a
quem desejas.
Trata
depois, então,
de
conquistar o coração
da jovem
que elegeste entre as demais mulheres.
E trata
finalmente, em último lugar,
de esse
amor prolongar
o mais que
tu puderes.
Aqui tens
o plano nas suas grandes linhas.
Este vai
ser de nosso carro o curso;
esta, a
meta – que há-de ser atingida
no termo
do percurso.
….
O pudor
impede a mulher
de
provocar certas carícias
mas se é
o homem a começar
ela
recebe-as com delícia.
Ah! tens
excessiva confiança
nas tuas
qualidades físicas
se esperas
que seja a mulher
a tomar a
iniciativa.
É ao
homem que compete começar
e dizer
palavras suplicantes
Á mulher
cabe acolher suavemente
essas
brandas palavras amorosas.
….
Fontes:
Ovídio – A
Arte de Amar – Edição da Galeria Panorama,1970
sexta-feira, 20 de março de 2015
O Mito das Estações
Um dos
mais belos e antigos mitos que se conhecem sobre as estações, teve
origem na Babilónia e diz respeito à bonita história de amor entre
a deusa Ishtar e o jovem Tammuz.
Entre as
divindades babilónicas de menos categoria, contava-se um jovem deus,
belíssimo e bondoso, que vagueava pelos campos a tocar flauta,
protegendo os pastores e os seus rebanhos, tornando as colheitas
fartas e velando pela saúde e pelo vigor de todos os seres vivos,
homens, animais e plantas.
Graças a
este deus jovial, a Natureza mostrava-se permanentemente risonha; as
plantas floriam, as famílias aumentavam e, nos apriscos, o gado
multiplicava-se.
Não
admira, pois, que um belo dia, Ishtar, a deusa da beleza e do amor,
começasse a suspirar por tão bonito moço, acabando por casar com
ele.
A escolha
foi acertada, pois Ishtar também protegia o desabrochar da vida e a
ela se encomendavam as mães para que os filhos nascessem formosos e
robustos e as fêmeas do gado tivessem crias saudáveis.
Mas...uma
vez que Tammuz passeava por uma floresta próximo da cidade sagrada
de Eridu, um feroz javali saiu, inesperadamente, de uns silvados e
atacou o jovem deus, que acabou por morrer dos graves ferimentos
infligidos pelas presas do animal.
Por toda
a terra se espalhou uma enorme tristeza, como se um véu cinzento
envolvesse todas as coisas e escondesse a claridade do sol.
Lamentavam-se as plantas, carpiam-se as searas, que perderam as
espigas; os rios deslizavam tristonhos e as suas águas foram
secando.
Mas a
mais confrangedora de todas as tristezas foi a de Ishtar, que assim
se via privada do amor da sua vida. Inconformada com a sua perda,
resolveu descer a Aralu, o mundo subterrâneo para onde Tammuz fora
levado, um lugar sombrio onde os mortos eram alimentados com pó,
usavam penas, o tenebroso reino dos mortos, dominado pela sua irmã e
rival, a deusa Ereshkigal.
Paredes
maciças protegiam este submundo de múltiplas camadas, umas dentro
das outras, com portões fechados a cadeado e monstros a servir de
guarda que lhe recusaram a entrada apesar das suas súplicas.
Irritada, a deusa gritou:
-Guardião,
abre ou despedaçarei estas portas, libertarei os mortos e
levá-los-ei comigo para a Terra, a fim de devorarem os vivos!!!
Assustado,
o guarda correu a pedir instruções à rainha do Inferno que
autorizou a entrada da deusa, com a condição de esta se despojar de
cada uma das suas vestes e adornos, à medida que transpusesse cada
uma das sete portas que davam acesso ao interior do submundo.
Ishtar
concordou com esta condição e, na primeira porta depôs a coroa; na
segunda, os brincos; na terceira, o colar; na quarta, as pulseiras, e
assim sucessivamente até que ao chegar junto de Ereshkigal estava
nua e indefesa, pois como deusa da formosura e do amor, os adornos
eram parte integrante da sua personalidade e do seu poder. Apenas
conseguiu ter um vislumbre do seu amado marido antes que a rainha a
mandasse aprisionar.
Depois
disto, como poderia a vida continuar na Terra, se as duas divindades
que a sustentavam estavam uma morta e a outra presa? O solo não era
semeado nenhum útero podia conceber, as plantas murchavam, enfim,
toda a Natureza caminhava para a extinção.
Preocupados,
os deuses recorreram sem perda de tempo para Ea, o qual, por meio de
um dos seus enérgicos encantamentos obrigou a rainha dos Infernos a
libertar Ishtar. Reintegrada no seu poder, a deusa obrigou a sua
rival a aspergir Tammuz com a água da vida, para que este a
acompanhasse e a abrir-lhe as portas do Inferno para que os dois
pudessem de novo regressar à Terra.
À medida
que saíam, a Natureza ia-se regenerando e quando, por fim, Ishtar já
na posse de todas as suas vestes e jóias, chegou com o esposo à
superfície e deparou com a luz brilhante do Sol, entoou este hino
de orgulhosa alegria:
“Rejubilo
com o meu esplendor e regresso à Terra a transbordar de felicidade
excelsa e divina! Sou Ishtar, a deusa da noite estrelada; sou Ishtar,
a deusa da manhã e da alvorada; sou a deusa sempre triunfante no Céu
e na Terra”
Mas não
era impunemente que se descia ao reino dos mortos; Ishtar
reconheceu-o tempos depois, quando Tammuz, como se lhe tivessem
inoculado o vírus de uma atracção maléfica pelas trevas em que
caíra, começou a descer, todos os anos, aos abismos infernais,
passando aí metade do ano no torpor do sono do Inverno, despertando
na estação primaveril para cumprir novo ciclo renovador!
segunda-feira, 16 de março de 2015
Os Etruscos e o Mundo do Além -1
Os
historiadores não estão de acordo quanto à origem dos Etruscos.
Admitem, no entanto, que a civilização etrusca surgiu na Itália
Central no sec. VIII a. C., seguindo-se, sem interrupção sensível,
à civilização vilanovense, sólidamente instalada no Lácio desde
o princípio do 1º milénio a. C.
Segundo
Heródoto, os Etruscos viveram inicialmente na Lídia, na Ásia
Menor. Uma prolongada fome fê-los emigrar. Será isto verdade? Seja
como fôr, os vestígios etruscos provam a existência de contactos
muito estreitos com o Oriente. Entre outros, foram encontrados, um
vaso de pedra com o nome de um faraó egípcio que reinou cerca de
700 a.C., e uma reprodução em bronze de um fígado que deveria ter
sido utilizada para o ensino da predição do futuro a partir das
entranhas. A interpretação dos presságios através do exame das
entranhas dos animais sacrificados e do voo das aves fazia parte da
arte divinatória dos Orientais e passou para os Etruscos, que, por
seu turno, a ensinaram aos Romanos.
A
arquitectura apresenta semelhanças ainda mais notáveis.
Contrariamente aos templos gregos – e ao romanos posteriores -, os
templos etruscos são construídos sobre uma plataforma elevada, à
semelhança das “montanhas artificiais” dos Sumérios, os
ziggurats.
Tal como
os outros povos do Próximo Oriente, os Etruscos representavam toda a
espécie de animais fabulosos. Nas paredes dos deus túmulos
encontramos uma fauna extremamente variada: esfinges, grifos e
quimeras. Foi, sem dúvida, do Oriente, por intermédio da Grécia,
que receberam os seus modelos. Em geral, a influência grega depressa
se torna mais forte do que a oriental.
No início
do sec. V a. C., os Etruscos estavam no auge do seu poder. Em
seguida, a pressão dos povos celtas, vindos do Norte, e dos Gregos,
vindos do Sul, tornaram-lhes a vida difícil. Encontraram um aliado
em Cartago, mas a sorte não estava com eles. Em 480 a.C., o ano em
que os Gregos metropolitanos venceram os Persas, os gregos ocidentais
infligiram uma derrota esmagadora aos Cartagineses e seis anos mais
tarde foi a vez dos Etruscos, vencidos perto de Cumas por Hiéron,
tirano de Siracusa. Esta derrota marca uma viragem na história dos
Etruscos, a sua decadência foi ininterrupta; o seu território foi
sendo, pouco a pouco, conquistado pelos Celtas, pelos Samnitas e
pelos Romanos.
Os mais
belos tesouros artísticos deixados pelos Etruscos são os seus
esplêndidos túmulos, com as paredes ornamentadas de frescos; do
ponto de vista ornamental, só as últimas moradas dos Egípcios de
elevada categoria podem rivalizar com os túmulos etruscos. Tanto
para uns, como para outros, a morte e as cerimónias fúnebres,
tinham, no plano religioso, grande importância. A morte devia
inspirar aos Etruscos um terror sem limites. Nenhum povo europeu
imaginou criaturas mais pavorosas do que os demónios etruscos, com
garras e bicos de ave de rapina: possuíam cabelos de um vermelho
vivo e reviravam os olhos selvagens numa face lívida. Os Etruscos
ornamentava os seus túmulos com cenas escolhidas entre as mais
divertidas da vida terrena, como se quisessem arranjar compensação
para a morte. Aí se vêem imensos festins, jogos e bailados onde
pequenas dançarinas marcam o ritmo com a ponta dos dedos. As
pinturas tumulares exprimem as alegrias da vida e dos sentidos e
atestam uma tão refinada elegância que lembram os frescos do
palácio de Cnossos. Os escritores gregos e romanos cantaram a beleza
das mulheres etruscas e as pinturas dos túmulos confirmam o que por
eles foi dito. Já as esculturas funerárias dos homens mostram-nos
homens gordos e feios, por isso os Romanos aos descreverem-nos
chamavam-nos de “gordos e barrigudos”.
domingo, 8 de março de 2015
Dia Internacional da Mulher
A
Mulher Inspiradora
Mulher,
não és só obra de Deus;
os homens vão-te criando eternamente
com a formosura dos seus corações,
e os seus anseios
vestiram de glória a tua juventude.
Por ti o poeta vai tecendo
a sua imaginária tela de oiro:
o pintor dá às tuas formas,
dia após dia,
nova imortalidade.
Para te adornar, para te vestir,
para tornar-te mais preciosa,
o mar traz as suas pérolas,
a terra o seu oiro,
sua flor os jardins do Verão.
Mulher, és meio mulher,
os homens vão-te criando eternamente
com a formosura dos seus corações,
e os seus anseios
vestiram de glória a tua juventude.
Por ti o poeta vai tecendo
a sua imaginária tela de oiro:
o pintor dá às tuas formas,
dia após dia,
nova imortalidade.
Para te adornar, para te vestir,
para tornar-te mais preciosa,
o mar traz as suas pérolas,
a terra o seu oiro,
sua flor os jardins do Verão.
Mulher, és meio mulher,
meio
sonho.
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
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