Ó da casa, nobre gente
Escutareis e ouvireis
Uma cantiga mui nobre
Que se canta pelos Reis.
Quer os deis, quer os não deis
Sempre c’os Anjos sejeis.
Teni, ferrinhos de prata,
Ao toque desta sanfona
Trazemos ovos de prata
Fresquinhos, p’ra vossa dona
O carvalho é folhudo
Já lhe caiu a bolota
Se nos hão-de dar os Reis
Mandem-nos abrir a porta.
Levante-se daí, senhora
Desse seu estrado doirado
Venha-nos dar os Reis Santos
Em louvor de Sant’Iago.
E o senhor dono da casa
Que tem tão bom coração
Levante-se dessa cadeira
Dê-nos lá um salpicão.
Venham-nos cá dar os Reis
Que está um frio de rapar,
O caminho ainda é tão longo
Temos muito para andar.
Depois de receberem:
Esta casa é muito alta
Dobradinha de papel;
Rica lá quem nela mora
Morra quem mal lhe fizer.
Obrigado, obrigado,
Obrigado meus Senhores,
Os senhores donos da casa
São um canteiro de flores.
Se não recebem:
Esta casa não é alta,
Não tem mais que um andar;
Estes barbas de farelos
Não têm nada para nos dar.
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