Apenas oito dias nos separam da celebração do Natal e portanto vamos esperar a vinda do Menino com um quadro e um poema diários alusivos à quadra tão simbólica que se aproxima.
Achei por bem começar com o vilancete que Abel pastor canta no “Auto da História de Deus”, da autoria de Gil Vicente, a mais brilhante figura da literatura portuguesa (1465?-1536?).
Quanto ao quadro que o acompanha é da autoria do pintor veneziano Tintoretto, (Jacopo Comim, também conhecido como Jacopo Robusti, Veneza, c.1518 – Maio 1594), o maior representante do “maneirismo” e um dos precursores do Barroco.
Vilancete
Adorai, montanhas,
o Deus das alturas,
também das verduras.
Adorai, desertos
e serras floridas,
o Deus dos secretos,
o Senhor das vidas.
Ribeiras crescidas
louvai nas alturas
Deus das criaturas.
Louvai arvoredos
de fruto prezado,
digam os penedos:
Deus seja louvado!
E louve meu gado,
nestas verduras,
o Deus das alturas.
Gil Vicente
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