terça-feira, 24 de abril de 2012

O Café - II

A chegada do café à corte portuguesa foi questão de pouco tempo, começando a partir daí uma história de amor e sedução, tal como a que lhe deu origem…Profundamente enraizado na nossa cultura, o hábito de beber o café deu origem, tal como no resto da Europa, ao aparecimento de casas especializadas, que com o tempo se tornaram famosas, tais como o “Martinho da Arcada”, o “Nicola” ou a “Brasileira”, que ainda hoje existem, e onde nomes famosos como Fernando Pessoa, Bocage, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Almada Negreiros, entre outros, se reuniam, num misto de convívio e cultura.
A Inglaterra foi o primeiro país a cultivar o hábito dos cafés públicos. Embora a primeira casa de café tenha sido aberta em Oxford, em 1650, foi em Londres que a moda se desenvolveu, a partir de 1652. As coffeehouses tornaram-se então no ponto de encontro de comerciantes, banqueiros, políticos e intelectuais.
Mas foi na França que, pela primeira vez, se adicionou açúcar ao café, o que aconteceu durante o reinado de Luís XIV, a quem o burgomestre de Amsterdão oferecera uma muda, em 1713. Em 1688, Procópio dei Coltelli fundou o Café Procope, o mais famoso dos cafés parisienses, e que é tido como o mais antigo do mundo ainda em actividade, guardando nos seus salões memórias dos nomes ilustres que o frequentaram. As mesas preferidas de Voltaire e Rousseau ainda lá se encontram, assim como as suas obras, e no seu interior conviveram homens como La Fontaine, Napoleão, Danton, Marat, Balzac, Benjamin Franklin, entre outros.
Mas possivelmente, o apreciador mais fervoroso do café foi o compositor Johan Sebastian Bach, que em sua homenagem compôs em 1732 a Kaffekantate (A Cantata do Café).
Já Beethoven não só era um grande músico, mas também um sério e meticuloso amante do café. Beethoven levava os detalhes tão a serio que contava sempre 60 grãos de cada vez que preparava o seu café.
Considerada atualmente, como a bebida artificial mais consumida no mundo, calcula-se que serão servidas cerca de 400 bilhões de chávenas por ano. O tipo de café mais comum é o Arábica, ocupando cerca de três quartos da produção mundial, seguido do Robusta, que tem o dobro da cafeína contida no primeiro.
O invento da cafeteira, já em finais do século XVIII, por parte do conde de Rumford, deu um grande impulso à proliferação da bebida, ajudada ainda por uma outra cafeteira de 1802, esta da autoria do francês Descroisilles, onde dois recipientes eram separados por um filtro. Em 1822 uma outra invenção surge em França, a máquina de café expresso, embora ainda não passasse de um protótipo. Em 1855 é apresentada numa exposição, em Paris, uma máquina mais desenvolvida, que os italianos aperfeiçoaram. Assim, coube aos italianos, apenas em 1905, comercializar a primeira máquina de expresso, precisamente no mesmo ano em que foi inventado um processo que permitia descafeinar o café. Em 1945, logo após o final da Segunda Guerra Mundial, a Itália continua tendo a primazia sobre os expressos e Giovanni Gaggia apresenta uma máquina onde a água passa pelo café depois de pressionada por uma bomba de pistão. O sucesso foi notório e foi esse o modelo que se consagrou.
“O café, forte e abundante, desperta-me. Dá-me calor, uma força invulgar, uma dor não sem prazer. Prefiro sofrer a ser insensível.” Napoleão Bonaparte
Fontes: História do café´
Wikipedia.org
Revista Geográfica Universal
Imagem: Pt.lisboando.com
Bealvalade.blogspot.com

Toma um cafezinho?




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