A 4 de Fevereiro de 1799, nascia na cidade do Porto João Baptista da Silva Leitão de Almeida, mais tarde Visconde de Almeida Garrett.
Escritor, dramaturgo, orador, ministro e Par do Reino, a ele se deve a criação do Conservatório de Arte Dramática e a edificação do Teatro nacional D. Maria II.
Figura maior do romantismo em Portugal, a sua vida foi tão apaixonante como a sua obra. Homem de muitos amores apaixona-se no Outono da vida, pela Viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, uma belíssima senhora andaluza casada com um oficial do exército português, a inspiradora, segundo a maior parte dos críticos, do seu último livro de poemas, escrito em 1853, Folhas Caídas.
É desse livro, os dois poemas que aqui transcrevo:
Escritor, dramaturgo, orador, ministro e Par do Reino, a ele se deve a criação do Conservatório de Arte Dramática e a edificação do Teatro nacional D. Maria II.
Figura maior do romantismo em Portugal, a sua vida foi tão apaixonante como a sua obra. Homem de muitos amores apaixona-se no Outono da vida, pela Viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, uma belíssima senhora andaluza casada com um oficial do exército português, a inspiradora, segundo a maior parte dos críticos, do seu último livro de poemas, escrito em 1853, Folhas Caídas.
É desse livro, os dois poemas que aqui transcrevo:
Não és tu
Era assim, tinha esse olhar
A mesma graça, o mesmo ar,
Corava da mesma cor,
Aquela visão que eu vi
Quando eu sonhava de amor,
Quando em sonhos me perdi.
Toda assim; o porte altivo,
O semblante pensativo,
E uma suave tristeza
Que por ela toda descia
Como um véu que lhe envolvia,
Que lhe adoçava a beleza.
Era assim, o seu falar,
Ingénuo e quase vulgar,
Tinha o poder da razão
Que penetra, não seduz;
Não era fogo, era luz
Que mandava ao coração.
Nos olhos tinha esse lume,
No seio o mesmo perfume,
Um cheiro a rosas celestes,
Rosas brancas, puras, finas,
Viçosas como boninas,
Singelas sem ser agrestes.
Mas não és tu…ai! Não és
Toda a ilusão se desfez.
Não és aquela que eu vi,
Não és a minha visão,
Que essa tinha coração,
Tinha, que eu bem lho senti.
……..
Víbora
Como a víbora gerado,
No coração se formou
Este amor amaldiçoado
Que à nascença o espedaçou.
Para ele nascer morri;
E em meu cadáver nutrido,
Foi a vida que eu perdi
A vida que tem vivido.
Almeida Garrett faleceu em Lisboa, vítima de cancro, a 9 de Dezembro de 1854.
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