No princípio de tudo, o Universo era uma massa confusa, negra, que parecia um grande ovo onde dentro deste caos, residiam Tudo e o Contrário de Tudo, o Yin e o Yang. Destas duas forças primordiais nasceu um embrião gigantesco chamado Pan Gu, que lá ficou dormindo a sono solto durante cerca de 18.000 anos.
Ao fim desse tempo, acordou, bocejou, espreguiçou-se, mas a escuridão que o envolvia era tão grande que ele não conseguia ver nada. Convencido que ainda não tinha aberto os olhos, esfregou-os, tornou a abri-los, mas nada…Continuava tudo negro à sua volta.
Por outro lado, sentia-se também apertado, aquela massa informe quase que o sufocava! Enraivecido, esticou o braço com o punho fechado desferindo um soco com toda a sua força contra aquela muralha invisível que o aprisionava…
Craque! Com um colossal estrondo o ovo quebrou-se e tudo o que lá estava dentro jorrou cá para fora, espalhando-se por todo o lado. E, de repente, no meio de todo aquele caos, os elementos foram tomando o seu lugar, e a Ordem começou a reinar no Universo.
Primeiro, os elementos mais leves, mais transparentes, elevaram-se para as alturas ali se dispersaram, formando o Céu. Os mais pesados, densos e opacos desceram, e formaram a Terra. De pé, entre o Céu e a Terra, Pan Gu sentindo-se agora à vontade, respirou profundamente. O ar que lhe saiu a seguir os pulmões, foi a primeira rajada de vento a varrer o Mundo.
O Céu e a Terra estavam agora separados, mas com receio de que eles se juntassem de novo e ele ficasse outra vez fechado, o gigantesco bebé, resolveu sustentar o Céu com os seus braços levantados, ao mesmo tempo que, com os pés, calcava firmemente a Terra.
À medida que o Céu e a Terra se separavam, Pan Gu continuava a crescer tão rapidamente que chegava a atingir os 3metros por dia, e assim ficou por mais 18.000 anos. Passado esse tempo, o seu corpo coberto de pêlos, já media cerca de 45 mil quilómetros! A Terra era agora uma massa compacta e estava tão longe do Céu, que não havia perigo deste desabar sobre ela…
Então já sem forças, Pan Gu tirou devagarinho as mãos do Céu, cruzou os braços, e esperou um pouco…mas a abóbada celeste não se moveu! Sentindo-se morrer de exaustão, o bom gigante deitou-se e morreu.
Ao exalar o último suspiro, este transformou-se na atmosfera, o seu hálito transformou-se em brisa, nas nuvens e nos nevoeiros e a sua voz no estrondo dos trovões. O seu olho esquerdo transformou-se no Sol resplandecente, o seu olho direito, na Lua brilhante, e os seus cabelos e bigodes na miríade de estrelas que povoam o firmamento.
Os seus quatro membros e o tronco deram origem às cinco montanhas mais altas do Norte, do Sul, do Este, do Oeste e do Centro da Terra. O sangue formou os rios impetuosos que passaram a sulcar a crosta terrestre e os tendões em caminhos que atravessaram todo o globo.
Entre estas vias, a carne deu lugar à terra arável, os dentes, ossos e a medula óssea cristalizaram-se, dando origem às rochas, pérolas, jade e minerais subterrâneos. A pele converteu-se em pradarias, os pêlos, em florestas. O suor do gigante espalhou-se pela superfície terrestre e assim nasceram a chuva e o orvalho da madrugada.
As pulgas e os piolhos que o infestavam, foram os antepassados de todos os seres vivos do planeta. Conta-se que as forças vitais da sua alma, levadas pelos ventos que sopravam sobre a Terra, foram habitar e animar estes mesmos seres vivos, pelo que descendemos todos de um antepassado comum, o bondoso e gigantesco Pan Gu, que sacrificou a sua vida e ofereceu o seu ser para permitir a criação do Mundo.
O mito de Pan gu tem mais que uma versão, e numa delas, os seres humanos não são criados por ele, mas sim pela deusa Nü Wa.
Fontes: Mitologia chinesa – Mitos primitivos – Landy Editora.
Fabulosos Mitos do Mundo – Selecções do Reader’s Digest.
Wikipedia.org.
Ao fim desse tempo, acordou, bocejou, espreguiçou-se, mas a escuridão que o envolvia era tão grande que ele não conseguia ver nada. Convencido que ainda não tinha aberto os olhos, esfregou-os, tornou a abri-los, mas nada…Continuava tudo negro à sua volta.
Por outro lado, sentia-se também apertado, aquela massa informe quase que o sufocava! Enraivecido, esticou o braço com o punho fechado desferindo um soco com toda a sua força contra aquela muralha invisível que o aprisionava…
Craque! Com um colossal estrondo o ovo quebrou-se e tudo o que lá estava dentro jorrou cá para fora, espalhando-se por todo o lado. E, de repente, no meio de todo aquele caos, os elementos foram tomando o seu lugar, e a Ordem começou a reinar no Universo.
Primeiro, os elementos mais leves, mais transparentes, elevaram-se para as alturas ali se dispersaram, formando o Céu. Os mais pesados, densos e opacos desceram, e formaram a Terra. De pé, entre o Céu e a Terra, Pan Gu sentindo-se agora à vontade, respirou profundamente. O ar que lhe saiu a seguir os pulmões, foi a primeira rajada de vento a varrer o Mundo.
O Céu e a Terra estavam agora separados, mas com receio de que eles se juntassem de novo e ele ficasse outra vez fechado, o gigantesco bebé, resolveu sustentar o Céu com os seus braços levantados, ao mesmo tempo que, com os pés, calcava firmemente a Terra.
À medida que o Céu e a Terra se separavam, Pan Gu continuava a crescer tão rapidamente que chegava a atingir os 3metros por dia, e assim ficou por mais 18.000 anos. Passado esse tempo, o seu corpo coberto de pêlos, já media cerca de 45 mil quilómetros! A Terra era agora uma massa compacta e estava tão longe do Céu, que não havia perigo deste desabar sobre ela…
Então já sem forças, Pan Gu tirou devagarinho as mãos do Céu, cruzou os braços, e esperou um pouco…mas a abóbada celeste não se moveu! Sentindo-se morrer de exaustão, o bom gigante deitou-se e morreu.
Ao exalar o último suspiro, este transformou-se na atmosfera, o seu hálito transformou-se em brisa, nas nuvens e nos nevoeiros e a sua voz no estrondo dos trovões. O seu olho esquerdo transformou-se no Sol resplandecente, o seu olho direito, na Lua brilhante, e os seus cabelos e bigodes na miríade de estrelas que povoam o firmamento.
Os seus quatro membros e o tronco deram origem às cinco montanhas mais altas do Norte, do Sul, do Este, do Oeste e do Centro da Terra. O sangue formou os rios impetuosos que passaram a sulcar a crosta terrestre e os tendões em caminhos que atravessaram todo o globo.
Entre estas vias, a carne deu lugar à terra arável, os dentes, ossos e a medula óssea cristalizaram-se, dando origem às rochas, pérolas, jade e minerais subterrâneos. A pele converteu-se em pradarias, os pêlos, em florestas. O suor do gigante espalhou-se pela superfície terrestre e assim nasceram a chuva e o orvalho da madrugada.
As pulgas e os piolhos que o infestavam, foram os antepassados de todos os seres vivos do planeta. Conta-se que as forças vitais da sua alma, levadas pelos ventos que sopravam sobre a Terra, foram habitar e animar estes mesmos seres vivos, pelo que descendemos todos de um antepassado comum, o bondoso e gigantesco Pan Gu, que sacrificou a sua vida e ofereceu o seu ser para permitir a criação do Mundo.
O mito de Pan gu tem mais que uma versão, e numa delas, os seres humanos não são criados por ele, mas sim pela deusa Nü Wa.
Fontes: Mitologia chinesa – Mitos primitivos – Landy Editora.
Fabulosos Mitos do Mundo – Selecções do Reader’s Digest.
Wikipedia.org.
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