domingo, 1 de maio de 2011

Dia da Mãe


O Dia da Mãe tem a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem norte-americana, Anna Jarvis, perdeu a mãe e entrou em depressão. Comovidas com o seu sofrimento, algumas amigas suas, homenagearam a falecida com uma festa.
Anna, quis, depois, que a homenagem se estendesse a todas as mães dos Estados Unidos. O Dia das Mães, passou a ser comemorado em todo o país a 9 de Maio, data oficializada em 1914, pelo presidente Woodrow Wilson.
Na Grécia antiga, no inicio da Primavera, celebrava-se uma festa em honra da Deusa Rhea, mulher de Cronos, e mãe de todos os deuses desta cultura. Em Roma, tinham lugar festas comemorativas em honra de Cibele, deusa que representava a Mãe-Natureza.
A Igreja Católica, como não pode apagar de todo, estas festividades, incorporou-as nas festas à Virgem Maria, a Mãe de Cristo, e por analogia, a Mãe de todos nós.
No sec. XVII, em Inglaterra, celebrava-se no quarto domingo da Quaresma, um dia chamado “O Domingo da Mãe”. Nesta época, a classe baixa inglesa, trabalhava longe de casa. Assim, no Domingo da Mãe, os “criados” tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa para passar o dia com as suas mães.
Em Portugal, até há alguns anos, o Dia da Mãe era comemorado a 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, ou seja, o dia de Nossa Senhora, como mãe.
Actualmente, é assinalado no primeiro domingo de Maio que este ano caiu no dia1º de Maio, o dia em que começam as festas das Maias em honra de deusas ligadas à renovação da Naturezas, todas elas também Mães.
Para todas as Mãe deste mundo, um dos poemas preferido da minha, que já partiu …



Minha mãe, minha mãe! mas que saudade imensa,
Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti.
Caía mansa a noite; e andorinhas aos pares
Cruzavam-se voando em torno dos seus lares,
Suspensos do beiral do telhado da casa onde eu nasci.
Era a hora em que já sobre o feno das eiras
Dormia quieto e manso o impávido lebréu.
Vinham-nos da montanha as canções das ceifeiras,
E a Lua branca, além, por entre as oliveiras,
Como a alma dum justo, ia em triunfo ao Céu!...
E, mãos postas, ao pé do altar do teu regaço,
Vendo a Lua subir, muda, alumiando o espaço,
Eu balbuciava a minha infantil oração,
Pedindo ao Deus que está no azul do firmamento
Que mandasse um alívio a cada sofrimento,
Que mandasse uma estrela a cada escuridão.
Por todos eu orava e por todos pedia.
Pelos mortos no horror da terra negra e fria,
Por todas as paixões e por todas as mágoas…
Pelos míseros que entre os uivos das procelas
Vão em noite sem Lua e num barco sem velas
Errantes através do turbilhão das águas.
O meu coração puro, imaculado e santo
Ia ao trono de Deus pedir, como inda vai,
Para toda a nudez um pano do seu manto,
Para toda a miséria o orvalho do seu pranto
E para todo o crime o seu perdão de Pai!...
………………………………………………
A minha mãe faltou-me era eu pequenino,
Mas da sua piedade o fulgor diamantino
Ficou sempre abençoando a minha vida inteira
Como junto dum leão um sorriso divino,
Como sobre uma forca um ramo de oliveira!

Guerra Junqueiro, A velhice do Padre Eterno – Aos Simples


Fontes:pt.wikipedia.org
Imagem: Loving embrace, de Keith Mallett
do site comunidade.sol.pt

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