domingo, 29 de agosto de 2010

Contos de Paulo Coelho -I

A MORTE COMO MADRINHA

Um carvoeiro, apavorado pela ideia de morrer, resolveu convidar a morte para madrinha do filho. “Assim ela não me leva, pois terá de cuidar do meu filho”, pensava o carvoeiro.
Realmente, ele viveu muitos anos, mas um dia a morte precisou de o ir buscar; para não o apanhar de surpresa, avisou a sua visita com antecipação; assim o carvoeiro poderia tomar as providências que fossem precisas. O homem ficou apavorado – e, no dia marcado, disfarçou-se de mendigo e foi para a rua.
A morte chegou.
“O meu marido não está em casa”, disse a mulher do carvoeiro.
“Ainda bem! Vou levar aquele pobre mendigo ali na rua, e Deus não vai reclamar.”
E o carvoeiro foi levado pela morte

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