Nativa da Europa mas cultivada em todo o mundo, a Tília é uma árvore de grande porte e grande valor ornamental, podendo atingir entre 20 a 40 mts. de altura dependendo da espécie. Pertencendo à família das Tiliáceas, possui bonitas flores brancas, cremes ou amareladas em forma de coração, medindo cerca de 10 cm., que exalam um aroma suave e agradável, muito atractivo para as abelhas. As suas copas frondosas podem atingir os 50 mts. de perímetro e o seu tronco pode alcançar 1,30 mts. de diâmetro. Os frutos são arredondados e de casca acinzentada.
Símbolo da amizade e da fidelidade, é considerada uma árvore sagrada pelas antigas civilizações, que lhe reconheciam qualidades protectoras (afastava o relâmpago e curava quem a tocasse), bem como pela sua longevidade e perfume, tendo várias lendas associadas, sendo uma das mais conhecidas a que conta o seguinte:
No tempo em que os deuses se misturavam com os mortais, Zeus e Hermes resolveram testar a hospitalidade dos homens e foram percorrendo a terra disfarçados de viajantes, pedindo abrigo onde parassem. Mas as portas fechavam-se e encaminharam-se então para a Frígia onde apenas numa cabana muito humilde, habitada por dois velhos puderam encontrar abrigo. O idoso casal era muito pobre, mas dividiram o pouco que tinham com os seus hóspedes, sem saberem quem eram. Como não tinham filhos, viviam um para o outro, tendo por companhia apenas um velho ganso que lhes guardava a casa.
Durante a parca refeição, Filémon e Báucis assim se chamava o casal, notaram com algum temor que o vaso do vinho à medida que se esvaziava enchia-se novamente sem lhe mexerem. Reconhecendo a divindade dos dois homens, pediram humildemente desculpa pela pobreza com que os recebiam e quiseram matar o ganso para prepararem uma refeição melhor… Mas o bicho que não estava pelos ajustes de perder o pescoço depois de tantos anos de trabalho, fugiu e foi esconder-se entre os hóspedes!
Zeus não permitiu que matassem o animal, deu-se a conhecer e convidou-os a segui-lo até ao cimo de um monte. Chegados lá, viram que todo o lugar estava submerso, à excepção da sua pequena cabana que se encontrava transformada num templo.
O deus prometeu conceder-lhes tudo o que pedissem, mas os dois velhos desejaram apenas ser os guardiões daquele templo e não morrer um sem o outro. Os seus pedidos foram aceites e durante o resto das suas vidas que chegou a uma velhice muito avançada, ali viveram. Um dia, estando os dois juntos a conversar, Báucis notou que Filémon se estava a cobrir de folhas, transformando-se num carvalho, e Filémon ficou pasmado ao ver que Báucis se transformava em tília, tendo apenas tempo de se dizerem adeus! O que espantava os visitantes do templo eram verem um carvalho e uma tília nascendo do mesmo tronco…
Para os germânicos representava o infortúnio e a ressurreição, pertencendo à deusa Freya, a Vénus nórdica, chefe das Valquírias e Senhora da magia e da adivinhação. No “Mito dos Nibelungos”, um conjunto de lendas nórdicas e germânicas, Siegfried, o herói, depois de matar o dragão que guarda o anel, banha-se no seu sangue para se torna invencível, mas uma folha de tília ao cair, cola-se-lhe entre as omoplatas impedindo o contacto do sangue com a sua pele, tornando-o vulnerável à lança de Hagen. O seu corpo é enterrado debaixo de uma destas árvores.
É debaixo das suas copas que as fadas aparecem nas noites de Verão sendo também o esconderijo dos duendes. Na antiga Grécia e entre os povos eslavos era a residência da deusa do amor, e na Irlanda diz-se que aquele que adormecer debaixo de uma árvore destas será transportado para a terra das fadas.
Frequentemente plantada em locais de peregrinação ou junto às igrejas, e também em jardins e alamedas, em tempos ainda não demasiado antigos era à sua sombra que se faziam os julgamentos na praça central das aldeias, pois também estava associada à justiça. Ainda hoje é normal verem-se nos centros das povoações. Antes da 1ª Guerra Mundial era costume no Somme, os noivos caminharem debaixo de duas dessas árvores que tivessem crescido juntas, para terem um casamento feliz, e até à 2ª Guerra, a cidade de Berlim orgulhava-se da sua Unter den Linden (Sob as Tílias), uma alameda ornada de filas destas árvores seculares e imponentes. Em inglês o seu nome é Lime tree ou Linden tree, em francês tilleul e em espanhol tilo. São também chamadas de árvores de cal.
Conhecem-se para cima de 30 variedades algumas delas híbridas, mas as propriedades e partes utilizadas são as mesmas em todas as espécies. A Tília é composta quimicamente de óleo essencial, flavonóides mucilagem, ácidos fenólicos), taninos, manganês e vitamina C. As flores e brácteas devem ser colhidas mal comece a floração e secas a baixa temperatura, sendo amplamente usadas em infusões calmantes Uma infusão bem quente de chá de tília constitui um excelente sudorífico (que estimula a sudação), muito recomendado em estados febris, gripes e catarros, especialmente em crianças devido à sua acção levemente calmante e ao seu sabor agradável e adocicado. É um bom calmante do sistema nervoso e muito utilizado em crianças hiperactivas. Tradicionalmente em França, o chá das cinco para as crianças era de tília, tomado à sombra da própria árvore, para que assim o efeito fosse ainda mais eficaz. O mel feito com as flores da Tília é considerado um dos melhores tipos de mel.
É ainda útil no alívio de dores de cabeça e insónias. Combate a arteriosclerose, a tosse, a bronquite, digestões difíceis e cólicas gastrointestinais. Funciona ainda como sedativo, ansiolítico e anti-espasmódico. A casca emprega-se nas infecções hepático-biliares e no combate à celulite.
Dadas as suas propriedades curativas, na Idade Média era utilizada para todas as doenças e já por volta de 1930, o Dr. Samuel Maia, no seu Manual de Medicina Doméstica, dizia que “o chá de tília, agradável e inofensivo, serve nos momentos em que o sentimento ordena aplicar um remédio, sem se saber bem qual escolher”, o que ainda hoje em dia é praticado, pelo menos por quem prefere os produtos naturais.
Fontes: commonswikipedia.org
Jardins, revista nº 61, texto de Fernanda Botelho
Magno, Albino Pereira – Mitologia
Agroatlas.ru
Wikipedia.org
Maia, Samuel – Manual de Medicina Doméstica, Livraria Bertrand
Símbolo da amizade e da fidelidade, é considerada uma árvore sagrada pelas antigas civilizações, que lhe reconheciam qualidades protectoras (afastava o relâmpago e curava quem a tocasse), bem como pela sua longevidade e perfume, tendo várias lendas associadas, sendo uma das mais conhecidas a que conta o seguinte:
No tempo em que os deuses se misturavam com os mortais, Zeus e Hermes resolveram testar a hospitalidade dos homens e foram percorrendo a terra disfarçados de viajantes, pedindo abrigo onde parassem. Mas as portas fechavam-se e encaminharam-se então para a Frígia onde apenas numa cabana muito humilde, habitada por dois velhos puderam encontrar abrigo. O idoso casal era muito pobre, mas dividiram o pouco que tinham com os seus hóspedes, sem saberem quem eram. Como não tinham filhos, viviam um para o outro, tendo por companhia apenas um velho ganso que lhes guardava a casa.
Durante a parca refeição, Filémon e Báucis assim se chamava o casal, notaram com algum temor que o vaso do vinho à medida que se esvaziava enchia-se novamente sem lhe mexerem. Reconhecendo a divindade dos dois homens, pediram humildemente desculpa pela pobreza com que os recebiam e quiseram matar o ganso para prepararem uma refeição melhor… Mas o bicho que não estava pelos ajustes de perder o pescoço depois de tantos anos de trabalho, fugiu e foi esconder-se entre os hóspedes!
Zeus não permitiu que matassem o animal, deu-se a conhecer e convidou-os a segui-lo até ao cimo de um monte. Chegados lá, viram que todo o lugar estava submerso, à excepção da sua pequena cabana que se encontrava transformada num templo.
O deus prometeu conceder-lhes tudo o que pedissem, mas os dois velhos desejaram apenas ser os guardiões daquele templo e não morrer um sem o outro. Os seus pedidos foram aceites e durante o resto das suas vidas que chegou a uma velhice muito avançada, ali viveram. Um dia, estando os dois juntos a conversar, Báucis notou que Filémon se estava a cobrir de folhas, transformando-se num carvalho, e Filémon ficou pasmado ao ver que Báucis se transformava em tília, tendo apenas tempo de se dizerem adeus! O que espantava os visitantes do templo eram verem um carvalho e uma tília nascendo do mesmo tronco…
Para os germânicos representava o infortúnio e a ressurreição, pertencendo à deusa Freya, a Vénus nórdica, chefe das Valquírias e Senhora da magia e da adivinhação. No “Mito dos Nibelungos”, um conjunto de lendas nórdicas e germânicas, Siegfried, o herói, depois de matar o dragão que guarda o anel, banha-se no seu sangue para se torna invencível, mas uma folha de tília ao cair, cola-se-lhe entre as omoplatas impedindo o contacto do sangue com a sua pele, tornando-o vulnerável à lança de Hagen. O seu corpo é enterrado debaixo de uma destas árvores.
É debaixo das suas copas que as fadas aparecem nas noites de Verão sendo também o esconderijo dos duendes. Na antiga Grécia e entre os povos eslavos era a residência da deusa do amor, e na Irlanda diz-se que aquele que adormecer debaixo de uma árvore destas será transportado para a terra das fadas.
Frequentemente plantada em locais de peregrinação ou junto às igrejas, e também em jardins e alamedas, em tempos ainda não demasiado antigos era à sua sombra que se faziam os julgamentos na praça central das aldeias, pois também estava associada à justiça. Ainda hoje é normal verem-se nos centros das povoações. Antes da 1ª Guerra Mundial era costume no Somme, os noivos caminharem debaixo de duas dessas árvores que tivessem crescido juntas, para terem um casamento feliz, e até à 2ª Guerra, a cidade de Berlim orgulhava-se da sua Unter den Linden (Sob as Tílias), uma alameda ornada de filas destas árvores seculares e imponentes. Em inglês o seu nome é Lime tree ou Linden tree, em francês tilleul e em espanhol tilo. São também chamadas de árvores de cal.
Conhecem-se para cima de 30 variedades algumas delas híbridas, mas as propriedades e partes utilizadas são as mesmas em todas as espécies. A Tília é composta quimicamente de óleo essencial, flavonóides mucilagem, ácidos fenólicos), taninos, manganês e vitamina C. As flores e brácteas devem ser colhidas mal comece a floração e secas a baixa temperatura, sendo amplamente usadas em infusões calmantes Uma infusão bem quente de chá de tília constitui um excelente sudorífico (que estimula a sudação), muito recomendado em estados febris, gripes e catarros, especialmente em crianças devido à sua acção levemente calmante e ao seu sabor agradável e adocicado. É um bom calmante do sistema nervoso e muito utilizado em crianças hiperactivas. Tradicionalmente em França, o chá das cinco para as crianças era de tília, tomado à sombra da própria árvore, para que assim o efeito fosse ainda mais eficaz. O mel feito com as flores da Tília é considerado um dos melhores tipos de mel.
É ainda útil no alívio de dores de cabeça e insónias. Combate a arteriosclerose, a tosse, a bronquite, digestões difíceis e cólicas gastrointestinais. Funciona ainda como sedativo, ansiolítico e anti-espasmódico. A casca emprega-se nas infecções hepático-biliares e no combate à celulite.
Dadas as suas propriedades curativas, na Idade Média era utilizada para todas as doenças e já por volta de 1930, o Dr. Samuel Maia, no seu Manual de Medicina Doméstica, dizia que “o chá de tília, agradável e inofensivo, serve nos momentos em que o sentimento ordena aplicar um remédio, sem se saber bem qual escolher”, o que ainda hoje em dia é praticado, pelo menos por quem prefere os produtos naturais.
Fontes: commonswikipedia.org
Jardins, revista nº 61, texto de Fernanda Botelho
Magno, Albino Pereira – Mitologia
Agroatlas.ru
Wikipedia.org
Maia, Samuel – Manual de Medicina Doméstica, Livraria Bertrand
Olá, olá!, sou eu..... a tua tiliazinha. Esta história está muito gira, mas a do conto árabe ainda está mais. Já vi que daqui a pouco chegas às 1000 page views! afina, afinal, ninguém lia e como vês já tens muitos seguidores que acham as tuas histórias engraçadas!
ResponderEliminarPodes continuar, nas árvores e nos árabes ou na sabedoria oriental.
Beijinhos e boas pesquisas, mas não até às 6 da manhã, certo?
certo...o que importa é que gostem! Obrigad0
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