A carreira militar de St. António em território nacional
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Santo António de Lisboa – II
A carreira militar de St. António em território nacional
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Santo António de Lisboa - I
SANTO E MILITAR
Fontes: Wikipédia
www.agencia.ecclesia.pt
Serrão, Joaquim Veríssimo – História de Portugal, vol. 1, editorial Verbo, 2ª edição.
Saraiva, José Hermano – História de Portugal, edições Alfa, vol. 2, 1983
domingo, 26 de setembro de 2010
E A FLORESTA NASCEU…
Lady Jane Grey – II
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Lady Jane Grey - I
Rainha de Inglaterra por apenas nove dias em 1553, Lady Jane Grey nunca chegou a ser coroada. Na sua execução em 1554 exclamou: Quando me levaram ao trono, vi por detrás dele o cadafalso!
Pormenor do quadro de Delaroche
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Lettera amorosa - E. Andrade
terça-feira, 21 de setembro de 2010
O Papa Português
João XXI
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Mário Beirão
Poeta português, natural de Beja, Mário Beirão licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e foi Conservador do Registo Civil de Mafra. Aos vinte e três anos, publicou o seu livro de estreia, O Último Lusíada (1913), revelando-se desde logo um poeta de grande qualidade e originalidade. A sua obra está inserida na corrente literária e filosófica do saudosismo, veiculada pela revista A Águia, onde o poeta se estreou em 1911 com o poema “As Queimadas”.
A saudade da sua terra natal, de onde saiu aos 10 anos de idade, quando a família se mudou para Lisboa, ficou-lhe para sempre gravada na alma, cantando nos seus poemas a paisagem e as gentes do Alentejo. Escreveu também Ausente (1915), Lusitânia (1917), Pastorais (1923), A Noite Humana (1928), Novas Estrelas (1940), Mar de Cristo (1957) e O Pão da Ceia (1964). Publicou também em 1946 um livro de viagens em prosa e verso, intitulado Oiro e Cinza. Foi amigo de Teixeira de Pascoaes, Afonso Lopes Vieira, Fernando Pessoa, entre outros.
Faleceu em Lisboa em 1965.
Nas horas do poente,
Os bronzes sonolentos,
- Pastores das ascéticas planuras –
Lançam este pregão ao soluçar dos ventos,
À nuvem erradia,
Às penhas duras:
- Que é dele, o eterno Ausente,
Cantor da nossa vã melancolia?
Nas tardes duma luz de íntimo fogo,
Rescendentes de tudo o que passou,
Eu próprio me interrogo:
- Onde estou? Onde estou?
E procuro nas sombras enganosas
Os fumos do meu sonho derradeiro!
- Ventos, que novas me trazeis das rosas
Que acendiam clarões no meu jardim?
- Pastores, que é do vosso companheiro?
Saudades minhas, que sabeis de mim?
Mário Beirão
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Cavaleiro Andante
Fiz a minha caminhada
Percorrendo a longa estrada
Que me trouxe até aqui…
Cresci entre o amargo e a doçura
Tive arrufos juvenis
E relembro com ternura
Os meus amores infantis
Tão longes da realidade…
Santo Deus, mas que saudade
Dos meus tempos de menina!
Em que eu era a princesa Aurora
E o Amor vinha num corcel
Coberto com um lindo xairel,
Para matar sem demora
A bruxa má e malvada
Que me trazia enfeitiçada…
Ia depois toda ladina
Para o seu castelo de sonho
Onde num porvir risonho
Tínhamos muitas crianças
De olho azul e loiras tranças…
Mas do sonho à realidade
Vai uma certa distância
E o príncipe da minha infância
Mudou também com a idade…
Não veio num belo cavalo
Mas sim num grande navio
Pôs a armadura de lado
Para não derreter com o calor
Que em África não faz tanto frio…
Trazendo à mesma o Amor
E com ele duas crianças
Que não tinham loiras tranças
Fazendo-nos acreditar
No tal final das histórias!
Sou a guardiã das memórias
De um tempo que não vai voltar
Os meus filhos, sim, cresceram
Novos rebentos nasceram
Porque também já sou avó…
Mas no fim, a bruxa venceu
O cavaleiro morreu
Deixou a princesa só…
N.G.
Melancolia
Esta estranha melancolia
Que me põe dentro um vazio
E muda em noite o meu dia!
Sinto-me tão inactiva
Tão farta do meu viver…
Preciso sentir-me viva
Deixar o tédio morrer!
O Tempo não pára, avança
Numa corrida veloz
O Mundo está em mudança
Tenho de ouvir essa voz…
Mesmo tendo na lembrança
O passado tão presente!
Esse sofrer lentamente
Vou pô-lo assim docemente
Num barquinho de papel!
Atá-lo com um cordel
Lançá-lo á beira de um rio
Deixá-lo ir na corrente…
N.G.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Rui de Noronha
Nos seus anos de liceu, aprendeu sozinho a tocar viola, guitarra e mais tarde violino. Foi casado e pai de Elsa de Noronha, também poetisa.
Considerado um poeta de transição, precursor de uma poesia moçambicana em ruptura com o passado, desde logo mostrou e deixou transparecer, na sua vida e na sua escrita, um temperamento recolhido, uma personalidade introvertida e amargurada. Foi, sem dúvida, um homem infeliz. Nunca chegou a concretizar, em vida, o grande sonho de publicar o seu livro de poemas que foi postumamente editado por um grupo de amigos, em 1946.
Incluído em inúmeras antologias estrangeiras – na Rússia, na República Checa, na Holanda, na Itália, nos EUA, na França, na Argélia, na Suécia, no Brasil e em Portugal, a sua obra completa está reunida em Os meus versos, publicada em 2006, com organização notas e comentários de Fátima Mendonça.
Numa biografia sua inserida na “Plural Editores” de Moçambique, lê-se:
“Em muitos dos seus textos encontramos uma espécie de simbiose entre a oratura (forma oral de transmissão de conhecimentos) e a escrita, numa tentativa de exigir a reabilitação nacional. Neste sentido, poderá claramente dizer-se que a acção dos seus poemas é sempre orientada para os caminhos do futuro; os caminhos que levarão à moçambicanidade”.
Bibliografia
Sonetos
Os meus versos
Mata-bicho
Fontes:wikipédia.org.
Biblos - Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa – 1995
www.pluraleditores.co.mz
África – Surge et Ambula" significa Levanta-te e anda
"Dormes! e o mundo marcha, ó pátria do mistério.
Dormes! e o mundo rola, o mundo vai seguindo...
O progresso caminha ao alto de um hemisfério
E tu dormes no outro o sono teu infindo...
A selva faz de ti sinistro eremitério
Onde sozinha à noite, a fera anda rugindo...
Lança-te o Tempo ao rosto estranho vitupério
E tu, ao Tempo alheia, ó África, dormindo...
Desperta! Já no alto adejam negros corvos
Ansiosos de cair e de beber aos sorvos
Teu sangue ainda quente em carne de sonâmbula.
Desperta! O teu dormir já foi mais que terreno
Ouve a voz do Progresso, este outro nazareno
Que a mão te estende e diz:
África, surge et ambula!"
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
D. Mafalda
Filha de D. Sancho I e da rainha D. Dulce nasceu cerca de 1200 e faleceu em 1256. Frei António Brandão diz que “foi esta princesa uma das filhas de el-rei D. Sancho em a qual concorreram mais perfeições naturais e de graça”, o que quer dizer que seria formosa e alegre.
Foi educada por D. Urraca Viegas, de Tuias, filha de D. Egas Moniz, que lhe deixou todos os bens quando morreu. Casada em 1215 com o rei Henrique I, de Castela, de apenas 12 anos, o casamento nunca foi consumado, pois a irmã do noivo, regente do reino e contrária a este enlace, pediu ao Papa a anulação do matrimónio invocando a consanguinidade dos nubentes, no que foi atendida. D. Mafalda regressou então a Portugal, em 1217, intitulando-se rainha de Castela até ao fim da sua vida. O noivo morreu pouco tempo depois, aos 14 anos, atingido por uma telha que caiu, enquanto jogava com outros nobres.
Por legado de seu pai, e também da sua ama, recebeu D. Mafalda várias honras, e o padroado dos mosteiros de Arouca, Bouças e Tuias, assim como a posse do Castelo de Seia com o resto dos termos da vila e os rendimentos aí produzidos, podendo usar o título de rainha. Quando D. Afonso II subiu ao trono contestou os legados que o pai tinha deixado a suas irmãs, o que acabou em guerra civil, tendo o Papa Inocêncio III mediado o conflito.
Foi no mosteiro de Arouca que a infanta se recolheu, e professou, tendo chegado a abadessa. Devido à sua intervenção o mosteiro passou em 1220 da Ordem de S. Bento para a Ordem de Cister, tornando-se através da inteligente administração de D. Mafalda, num dos mais importantes conventos cistercienses em Portugal.
Dedicou-se a obras de caridade e fundou vários hospícios para pobres e peregrinos, e já em vida tinha fama de santidade, tanto pelas suas virtudes, como por ser também viúva e virgem. Devia estar perto dos sessenta anos quando faleceu a 1 de Maio de 1256 em Rio Tinto, onde tinha ido cobrar os foros e rendas devidos.
Conta a lenda que os habitantes de Rio Tinto queriam que ela fosse ali sepultada, mas os de Arouca discordavam, uma vez que ela tinha passado a sua vida no Mosteiro. Alguém então se lembrou de pôr o caixão no dorso da mulinha branca que a infanta sempre montava nas suas deslocações, e onde ela parasse aí seria enterrada D. Mafalda. A mula andou sem parar até chegar ao Mosteiro de Arouca, entrou na igreja, dobrou as patas dianteiras e caiu morta junto ao altar de S. Pedro. Há uma pintura no coro da igreja a recordar esta tradição.
No seu testamento doou todos os seus bens aos vários mosteiros e Ordens, e ao de Arouca, além dos bens materiais deixou também uma cláusula um tanto original: a cada sacerdote que aparecesse no mosteiro no dia do seu (dela) aniversário, ser-lhe-ia dado um tostão em dinheiro, um prato pequeno de ovos, outro de tremoços, uma queijada, um biscoito, uma talhada de pão leve, uma caixa pequena de marmelada, um prato de trutas, cinco pães de trigo, um sável e três canadas de vinho.
Ao fim de 500 anos, as freiras deitaram contas à vida e concluíram que esta cláusula se tornava demasiado dispendiosa e acabaram com ela. Mantiveram apenas as exéquias ditadas no testamento, com o cerimonial devido às rainhas de Espanha, com a coroa e o ceptro real.
O sepulcro foi aberto duas vezes no sec. XVII, encontrando-se o seu corpo incorrupto e as vestes intactas. Foi beatificada pelo Papa Pio VI em 1793 e é festejada no dia 2 de Maio pela Igreja Católica.
O corpo está guardado num urna de ébano em estilo rococó, decorada a prata e cobre dourado encimada por uma coroa real, e o brasão com as armas de Castela e Portugal. Foi desenhada pelo arquitecto portuense José Francisco de Paiva, por encomenda das freiras do mosteiro, tendo custado 2800$00 réis.
A sua imagem figura ainda hoje nas armas da vila de Arouca.
domingo, 5 de setembro de 2010
Aurora Boreal – Antònio Gedeão
Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fonte sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.
Em: ”Teatro do Mundo” 1958
sábado, 4 de setembro de 2010
O Mito de Europa
Na antiga Fenícia, actual Líbano, país mediterrânico do Médio Oriente, vivia o rei Agenor, que tinha três filhos: Cadmo, Cilix e Europa.
Estava Europa, (segundo alguns, do grego eurus, grande, e ops, olho, visão), a ninfa dos olhos grandes, a jogar à bola na praia com algumas amigas, quando um touro lindíssimo, de alva pelagem e chifres dourados, se lhe prostra aos pés, oferecendo-lhe o dorso para ela cavalgar. Seduzida pela sua meiguice, a jovem senta-se em cima do touro, que de pronto se atira ao mar, nadando vigorosamente, para grande susto da princesa e das amigas que a viram desaparecer no horizonte.
No dia seguinte aportaram na ilha de Creta, onde depois de deixar a princesa à sombra de um plátano, o touro se transforma em Zeus, o Senhor do Olimpo, que apaixonado pela beleza da jovem, assim se tinha assim transformado para evitar qualquer represália por parte de Hera, a sua ciumenta esposa divina. Como recompensa, o plátano conserva as suas folhas sempre verdes tanto no verão como no inverno.
Da sua união com o deus, Europa teve três filhos: Minos, Radamanto, Sarpédon .
Mais tarde, quando Zeus a abandonou, Europa casou com o rei cretense Astérion, que lhe adoptou os filhos, e ao morrer deixou o trono a Minos.
Seu pai, após o seu desaparecimento, ordenou aos dois filhos que fossem procurar a irmã, e não voltassem sem ela.
Cadmo, na sua incessante procura, fundou a cidade de Tebas, de quem foi o primeiro rei, levando o alfabeto ao continente grego. Cilix, deu o seu nome à região da Cilicia, a actual Arménia.
Foi esta princesa que deu o nome ao continente europeu, e como todos os mitos têm algum fundamento, se pensarmos que Europa era de origem fenícia, a sua viagem no dorso do touro desde as praias asiáticas até à ilha de Creta, representa possivelmente a expansão da civilização do Oriente para Ocidente. Junto com o touro branco, aparece nas moedas gregas de 2 euros.
De acordo com Heródoto, o “Pai da História”, no sec. VIII a.C., a Europa é apenas uma das três partes em que os Gregos dividiram o mundo de então: Europa, Ásia e Líbia, a actual África.
Fontes: Deuses da Mitologia – Editorial Minerva
Magno, Albino Pereira - Mitologia
Wikipédia
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Ícones Bizantinos
Muito venerado no Oriente, o ícone da Virgem da Paixão, conhecida no Ocidente como Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está entre as mais expressivas invocações a Maria, a Theotokos, ou Mãe de Deus. Ela representa o feminino celestial, uma vez que na iconografia ortodoxa, as santas, embora existam, não são representadas.
O quadro original é uma pintura em estilo bizantino, sobre madeira, de 54 x 41,5cm, com o fundo em dourado, e que segundo a tradição teria sido pintado em fins do sec. XIII, por um pintor desconhecido, inspirado numa pintura atribuída a S. Lucas, o primeiro iconógrafo conhecido que pintou a Virgem.
A palavra ícone vem do grego eikón, que significa imagem. Era pintado por monges em painéis de madeira seguindo fielmente a Tradição e as regras estabelecidas para este género de pintura que não representava o mundo terreno, mas sim o espiritual. A cor tinha um papel fundamental devido à sua linguagem simbólica, e a figura sacra ali representada era semelhante à realidade, uma vez que se pensava que o divino guiava a mão do artista.
Depois do painel preparado, o fundo era pintado com dourado, (para os pintores, a luz é uma manifestação divina e a cor que melhor a representa é a cor do ouro), e só depois se pintavam as figuras sempre com cores vivas. Dependendo da simbologia do quadro, o fundo também podia ser pintado de vermelho ou azul.
História
Conta a lenda, que um comerciante teria roubado o quadro na ilha de Creta, no século XV, na esperança de obter um bom lucro, segundo algumas fontes, ou para o proteger dos muçulmanos, segundo outros, levando-o para Roma, num navio. Durante a viagem, uma forte tempestade colocou em perigo a vida dos passageiros e somente com a intervenção de Nossa Senhora é que se conseguiram salvar. Mais tarde, antes de morrer, o comerciante decidiu confiar o ícone a um amigo para que levasse o quadro para uma igreja da cidade, a fim de devolvê-lo à veneração pública.
Foi então confiada aos frades agostinianos da igreja de S. Mateus, onde durante cerca de 300 anos foi venerada devido à fama dos seus milagres. Com a invasão de Roma pelas tropas de Napoleão, a igreja foi destruída e o quadro desapareceu durante cerca de 70 anos. Quando reapareceu, em 1865 ou 1866, o Papa Pio IX confiou-o aos cuidados dos Missionários Redentoristas para que difundissem o seu culto. Depois de restaurado foi levado para a Igreja de Santo Afonso, construída sobre as ruínas da antiga igreja de S. Mateus, e que é hoje o Santuário Internacional de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, cuja festa se celebra no dia 27 de Junho.
Significado do quadro: O fundo em ouro significa o Paraíso onde a Virgem reina, dando ao conjunto, um sentido de eternidade. Maria segura com afecto e ternura o Menino, no entanto o seu olhar está virado para nós, como que a indicar-nos que Ele é o Caminho, enquanto Jesus olha para os dois Anjos, que seguram os instrumentos da Paixão: À esquerda, S. Miguel de manto verde, segura a lança e a esponja do fel, tendo acima dele, letras gregas com as iniciais de Arcanjo Miguel. À direita, S. Gabriel, de manto lilás, traz nas mãos os pregos e a cruz de três braços, à maneira oriental, símbolo do martírio que irá sofrer. Por cima tem as iniciais gregas de Arcanjo Gabriel.
Assustado com aquela visão, o Menino Jesus agarra-se à mão que a Mãe lhe estende para o confortar e nesse movimento deixa escorregar a sandália do pé direito, que fica segura apenas por um fio. Ela representa uma alma pecadora, dependendo a sua salvação do fio que a prende ao Salvador, e também da sua devoção à Virgem do Perpétuo Socorro.
Sob o manto (maphorion) azul, símbolo da paz e do infinito, Nossa Senhora veste uma túnica vermelha, a cor do sangue dos mártires e do humano, usada pelas virgens naquela altura. O forro do seu manto é verde, símbolo da fertilidade, da natureza e da esperança. Estas três cores em conjunto eram usadas pela realeza, acentuando assim, a dignidade régia da Mãe de Deus. No véu tem três estrelas simbolizando a sua virgindade, mas uma delas está tapada pelo Menino, e a que está na fronte representa Estrela que nos guia através das dificuldades da vida. A coroa de ouro que a Virgem ostenta, foi pintada no quadro original em 1867, em agradecimento pelos muitos milagres efectuados.
No alto do quadro, metade em cada lado, estão escritas em letras gregas, as iniciais de “Mãe de Deus” e de “Jesus Cristo”.
É uma variante da Virgem Hodigitria, que significa (A que mostra o Caminho), e que serviu mais tarde de modelo para as Madonas ocidentais.
Fontes: História da Arte, edições Alfa, vol.3
Revista Arautos do Evangelho
www.iconografiabrasil.com
Wikipédia
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Poema – Quando te vi
Uma manhã doirada. Tu passaste.
Abriu mais uma flor em cada haste.
Teve mais brilho o sol, fez-se mais quente.
E eu innundei-me d’essa luz ardente.
Depois não sei mais nada. Olhei...Olhaste…
E nunca mais te vi. – Raro contraste! –
A madrugada transformou-se em poente.
Luz que nasceu e apenas scintilou!
Deixou-me triste assim que se apagou.
A’s vezes fecho os olhos; vejo-a ainda…
E há tanto sol doirando esses trigaes!
Olhaste, olhei, fugiste… Ai, nunca mais
Nunca mais tive outra manhã tão linda!
Virginia Victorino - Namorados, Portugália Editora – 1924
Manteve-se a grafia antiga do soneto