quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Tradições de Natal - I

A Árvore de Natal

Uma das tradições natalícias presente em quase todos os lares é a Árvore de Natal, geralmente uma conífera, enfeitada e iluminada de várias cores, à volta da qual se costumam dispor os presentes de Natal.
Mas essa árvore provém dos países nórdicos e é uma réplica da árvore do universo, as bolas com que são decoradas representam as esferas celestes. No topo dessa árvore havia um galo de ouro. O galo é simbolicamente um animal solar, anuncia o despertar da vida e precede o nascimento do Sol. Foi também emblema do cristianismo primitivo, representando Cristo como anunciador de uma nova luz, já que o seu canto representa a vitória da luz sobre as trevas.
Já os egípcios na Antiguidade levavam para casa folhas de palmeira, na altura do solstício de inverno, simbolizando a vida que se sobrepõe à morte. Por sua vez, os romanos, por altura das festas dedicadas a Saturno, as Saturnálias, que se celebravam no inverno, adornavam as suas casas com pinheiros. Os povos pagãos do Báltico levavam pinheiros para os seus lares, enfeitando-os de forma muito semelhante à actual, passando esta tradição para os povos germânicos.
Mas foi S. Bonifácio ( 672-755), o chamado Apóstolo dos Germânicos, ao abater o carvalho sagrado do bosque dos druidas, dedicado ao deus Thor, implantou o pinheiro como Árvore do Natal.
Conta-se que o Santo, em 723, salvou um príncipe de ser sacrificado ao deus pagão, derrubando o carvalho a ele dedicado, que ao cair arrastou todas as árvores à sua volta, excepto um pequeno pinheiro. Como estavam na altura do Natal, S. Bonifácio declarou que o pinheiro seria considerado a árvore do menino Jesus. Estava criada a Árvore do Natal.
A decoração da árvore com velas e a estrela, deve-se, segundo se diz, a Lutero, que depois de um passeio pela floresta no inverno, ao ver as estrelas brilharem no céu limpo por cima das árvores, decorou assim a sua árvore, porque, para ele, o céu deveria ter estado assim na noite do nascimento de Jesus.
A moda pegou, e a moderna árvore de Natal teve a sua origem na Alemanha, no sec. XVI sendo depois importada para a Grã-Bretanha, e mais tarde para os Estados Unidos. Em Portugal, como era de origem pagã, não teve grande aceitação, já que os presépios eram o símbolo do Natal. Aos poucos, no entanto, foi ganhando o seu lugar, e hoje tornou-se indispensável.


Conto - O pinheirinho do Natal

Conta-se que, quando os pastores foram adorar o Divino Infante, decidiram levar-lhe frutos e flores produzidos pelas árvores. Depois dessa colheita, houve uma conversa entre as plantas, num bosque. Regozijavam-se elas de ter podido oferecer algo ao seu Criador recém-nascido: uma, as suas tâmaras; outra, as nozes; uma terceira, as amêndoas; outras ainda, como a cerejeira e a laranjeira, haviam oferecido tanto flores quanto frutos.
Do pinheiro, porém, ninguém levou nada. Muito triste, pensou que também nada tinha para oferecer e que as suas folhas tão pontudas até poderiam picar o Menino…e as suas pinhas, para que serviam? E na sua infelicidade, nem sequer participou na conversa!
Um anjo que passava a caminho de Belém, comovido com a infelicidade do humilde pinheirinho, olhou para cima, para o céu estrelado e, a um aceno seu uma multidão de estrelinhas desceu, espalhando-se pelos seus ramos que ficaram iluminados. Eram de todos os matizes que existem no firmamento: douradas, prateadas, vermelhas, azuis…
Quando um outro grupo de pastores passou, levou não apenas os frutos das demais árvores, mas o pinheiro inteirinho, uma árvore de tal forma maravilhosa, da qual nunca se ouvira falar.
E lá foi o pinheiro ornar a gruta de Belém, sendo colocado bem junto do Menino Jesus, de Nossa Senhora e de São José. E no seu berço de palhas, os olhos de Jesus iluminaram-se também, ao verem uma árvore tão linda!
É por isso que ainda hoje, os pinheiros se enfeitam com luzes coloridas, junto ao presépio…

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